Durante depoimento desta terça-feira (28) na CPMI
que investiga a roubalheira no INSS, o relator Alfredo Gaspar (União-AL) fez um
desabafo indignado diante doe “empresário” Domingos Sávio de Castro, apontado
como dono de empresas de call center envolvidas no esquema da gatunagem. “O
senhor deveria sair daqui preso pela safadeza cometida contra aposentados e
pensionistas”, disse ele. Domingo não é flor que se cheire: provocado por
pergunta do relator, que investigou sua vida, ele admitiu ter sido condenado
recentemente por envolvimento em organização criminosa.
Alfredo Gaspar, que é procurador de Justiça de
carreira, observou que não poderia pedir a prisão do investigado por falso
testemunho porque ele estava blindado por ato do Supremo Tribunal Federal (STF)
que, na prática, o autoriza até mesmo a mentir. “Mas vou ter que pedir sua
prisão para garantia da ordem pública e da instrução criminal”. O relator já
chefiou o Ministério Público de Alagoas, Estado onde também exerceu as funções
de secretário de Segurança
O parlamentar exibiu no telão detalhes da
investigação apontando que somente o grupo do qual Domingos Sávio de Castro faz
parte “roubou mais de R$500 milhões dos aposentados e ensionistas”. Depois ele
se viu ara os integrantes da CPMI e foi mais enfático: “Minha genten ão
estav=mos falando de 500 reais e nem de 500 mil reais, estamos falando de 500
milhões de reais, e estamos aqui diante de um dos cabeças dessa organização
criminosa.”
Já o deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), criticou
o silêncio do depoente e lembrou suas ligações de Sávio com Antônio Carlos
Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, e destacando seu papel de um dos
idealizadores do esquema.
“Lamentavelmente estamos diante de um depoente que
já foi condenado anteriormente. Quando o relator começa a fazer perguntas que
importam, ele prefere permanecer em silêncio, o que joga suspeição sobre tudo o
que fez”, disse o parlamentar.
O deputado detalhou casos envolvendo vítimas do
esquema. Uma delas relatou que sua mãe teve descontos indevidos de seu benefício
por mais de dez anos, desde 2008 até sua morte, em 2015, após adquirir um
suposto seguro de vida oferecido por Castro. Apesar de prometer ressarcir a
família, o empresário “não cumpriu a promessa”.
Van Hattem ainda chamou a atenção para a atuação de
Castro em operações anteriores, como a Operação Strike, de 2018, e para os
registros encontrados em sua residência, que incluíam mais de 1.000 registros
de servidores públicos distritais e documentos de entidades investigadas por
fraudes com precatórios.
“O senhor inventou uma forma de obter dinheiro
fácil, primeiro no Distrito Federal e depois exportou o esquema para o INSS,
roubando idosos e aposentados. Aqui estamos falando de um golpe que causou
prejuízos enormes e que envolve empresas de call center como Calvox e True
Trust”, afirmou o parlamentar.
Domingos Sávio de Castro manteve silêncio durante
grande parte da sessão, frente às acusações. Van Hattem chegou a questionar se
ele não se sentia envergonhado de sua atuação, mas novamente não obteve resposta.
O deputado finalizou reforçando a conexão de Castro
com Camilo, o “Careca do INSS”, classificando-o como “coordenador adjunto” do
esquema.
Segundo ele, a investigação mostra que o empresário
foi peça central na fraude que explorou aposentados e idosos, manipulando
documentos e aplicando golpes por meio de call centers.
Diário do Poder

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