A doença renal crônica (DRC) segue crescendo de
forma alarmante no Brasil e no mundo. Caracterizada pela perda lenta e
progressiva da função dos rins, a condição costuma evoluir de forma silenciosa,
dificultando o diagnóstico precoce e o início do tratamento adequado. Estima-se
que mais de 10% da população global tenha algum grau de DRC — o que representa
cerca de 850 milhões de pessoas —, e no Brasil o problema já atinge mais de 170
mil pacientes em diálise, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN).
Os principais fatores que explicam esse avanço são o
aumento dos casos de diabetes, hipertensão arterial e obesidade, somados a
hábitos de vida pouco saudáveis, como má alimentação e sedentarismo. Muitos
pacientes só descobrem a doença em fases avançadas, quando já surgem sintomas
como inchaço, cansaço extremo e alterações urinárias. Nesse estágio, o
tratamento se torna mais complexo e caro, exigindo sessões regulares de
hemodiálise, diálise peritoneal ou até transplante. O impacto financeiro também
é expressivo: o tratamento de pacientes renais consome bilhões de reais por ano
do sistema público de saúde.
Apesar da gravidade, a DRC pode ser detectada e
controlada precocemente com exames simples de sangue e urina, que medem a
função renal e a presença de proteínas. Campanhas de rastreamento entre
diabéticos e hipertensos têm se mostrado eficazes para identificar a doença
antes que ela atinja estágios irreversíveis. Novos medicamentos, como os
inibidores de SGLT2, inicialmente usados no tratamento do diabetes, também vêm
mostrando resultados positivos na preservação da função renal e na redução de
riscos cardiovasculares.
A prevenção, no entanto, continua sendo a principal
ferramenta de combate. Evitar automedicação, reduzir o consumo de sal e
ultraprocessados e adotar um estilo de vida ativo são atitudes que ajudam a
proteger os rins. Com o número de pacientes em diálise crescendo ano após ano,
especialistas alertam: se nada for feito, a doença renal crônica pode se tornar
uma das cinco principais causas de morte no mundo nas próximas décadas.
Com informações da CNN

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