Durante um comentário
exibido ao vivo na Globo, um jornalista surpreendeu o público ao abandonar o
tom protocolar e fazer duras críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao
presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O comunicador analisava uma declaração
recente de Lula sobre os critérios para a escolha de um novo ministro da Corte,
mas acabou transformando o comentário em um desabafo sobre o funcionamento do
sistema judicial e as indicações políticas ao tribunal.
Segundo ele, a primeira
parte da fala do presidente foi “perfeita”, ao afirmar que não busca um amigo
ou aliado político, mas sim alguém com “qualidade e saber jurídico” para ocupar
a vaga no STF — exatamente como prevê a Constituição. O jornalista ressaltou
que o Supremo não é um órgão de representação política, e, portanto, não deve
ser composto levando em conta gênero, cor ou alinhamento partidário. “Essa
parte está de acordo com a Constituição”, destacou.
Contudo, a crítica mais
contundente veio logo em seguida, quando o profissional disse que Lula
“destruiu a própria declaração” ao afirmar que seguirá o mesmo critério das
indicações anteriores. “As indicações de Zanin e Flávio Dino foram de amigos,
de partidários, de pessoas leais — e, aliás, falta a elas o notável saber
jurídico que a Constituição exige”, disparou. Ele afirmou ainda que o próprio
STF “não parece se importar” com esse requisito e acusou os ministros de
formarem uma “aristocracia”, interessada mais em proteger aliados do que em
garantir o equilíbrio institucional.
O comentário, que
rapidamente repercutiu nas redes sociais, foi visto por muitos como um raro
momento de franqueza em uma grande emissora. Outros, no entanto, consideraram a
fala um ataque indevido ao Supremo. De qualquer forma, a crítica pública expôs,
mais uma vez, o desgaste entre setores da imprensa e o Judiciário brasileiro.
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