O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta
(Republicanos-PB), não deixou barato a ameaça do ministro da Fazenda, Fernando
Haddad, de cortar até R$ 10 bilhões em emendas parlamentares após a derrota do
governo com a perda de validade da MP 1303, que tratava de alternativas ao
aumento do IOF.
Em entrevista à CNN, Hugo disse que cortar emendas
“é ir contra o interesse da população”, já que o dinheiro das indicações
parlamentares é usado em obras e serviços do próprio governo federal nas
cidades — como saúde, educação e assistência social.
Sem citar diretamente o governo ou Haddad, o
deputado classificou como “desserviço” o discurso de quem tenta criminalizar as
emendas. “Os deputados conhecem as dificuldades de cada cidade. Quem insiste
nesse discurso pejorativo presta um grande desserviço ao país”, disparou.
Tensão escancarada entre Câmara e
Planalto
A reação de Hugo ocorre após a Câmara retirar de
pauta a MP 1303, o que frustrou o governo em cerca de R$ 17 bilhões em
receitas. Irritado, Haddad afirmou que, sem os recursos previstos na medida,
pode haver corte de até R$ 10 bilhões em emendas para equilibrar as contas.
Motta deve procurar o presidente Lula (PT) para
discutir o assunto. Ele quer alertar que declarações como a de Haddad soam como
“chantagem política” e dificultam a articulação de pautas importantes do
governo no Congresso.
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