A definição do próximo plano de investimentos da
Petrobras, que abrangerá o período de 2026 a 2030, gerou um impasse entre o
governo Lula e a diretoria da estatal. Enquanto os executivos defendem rever os
valores diante da queda do preço do barril, o Planalto resiste a qualquer
corte, preocupado com os impactos políticos e econômicos às vésperas do ano
eleitoral. O tema promete dominar as discussões no conselho da companhia até o
fim do ano.
Com a recente trégua entre Israel e Hamas e o
recrudescimento da disputa comercial entre Estados Unidos e China, o barril
tipo Brent caiu para US$ 61,33 — 16% a menos do que há um ano. O cenário
pressiona a empresa a reavaliar projetos, principalmente os que ainda estão em
fase de aprovação. A CEO Magda Chambriard e o diretor financeiro Fernando
Melgarejo já sinalizaram que iniciativas que não se mostrarem viáveis
financeiramente poderão ser adiadas, revistas ou descartadas.
O atual plano da Petrobras prevê US$ 111 bilhões em
investimentos entre 2025 e 2029, com foco na exploração e produção. Porém, a
queda nas receitas pode comprometer a sustentabilidade da companhia, aumentar o
endividamento e reduzir dividendos — inclusive para a União, principal
acionista. A postura mais cautelosa da diretoria, no entanto, esbarra na visão
de Lula, que cobra uma atuação mais ousada da petroleira e vê os investimentos
como instrumento de geração de empregos e desenvolvimento industrial.
Analistas e investidores acompanham de perto o
desfecho da disputa. Relatórios, como o do Itaú BBA, apontam que uma eventual
redução nos aportes será decisiva para recalcular expectativas sobre a empresa.
A queda do petróleo adiciona pressão, mas o governo sinaliza que não quer abrir
mão do papel estratégico da Petrobras na política econômica e energética do
país.
Com informações da Folha de S.Paulo
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