O Brasil está conversando cada vez mais com máquinas
— e levando isso a sério. Em apenas um ano, o número de pessoas que recorrem à
inteligência artificial para pedir conselhos e desabafar cresceu cinco vezes,
segundo a pesquisa “Inteligência Artificial na Vida Real”, feita
pela agência Talk Inc.
Em 2024, 1 em cada 10 brasileiros usava IA para
buscar ajuda emocional. Agora, em 2025, 1 em cada 2 faz o mesmo — o equivalente
a 67 milhões de pessoas, conforme divulgado pelo UOL. O estudo ouviu 1,2 mil
homens e mulheres de todas as regiões e classes sociais e revelou uma
tendência: os brasileiros estão usando IA como “terapia de bolso”.
Entre os principais motivos estão a objetividade e a
disponibilidade: 72% dizem preferir conversar com a máquina porque ela é
direta, responde rápido e está disponível 24 horas por dia. Outros 56% afirmam
que se sentem mais à vontade com a IA por serem introvertidos, e 26% apontam a
solidão como a principal razão.
A pesquisadora Carla Mayumi, que liderou o
levantamento, explica que o fenômeno cresce porque é fácil, gratuito e “a IA
parece empática”. Mas o alerta já acendeu: para o psicólogo Paul Bloom, da
Universidade de Yale, essa relação cria “um espelho distorcido”, no qual o
usuário passa a viver uma ilusão de vínculo perfeito — e se afasta das relações
humanas reais.
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