O Brasil deve registrar em 2025 a maior carga
tributária pelo segundo ano consecutivo, segundo economistas ouvidos pelo Poder
360. Em 2024, a arrecadação de União, Estados e municípios chegou a 34,2% do
PIB, um recorde histórico.
Mesmo com o aumento da arrecadação, o governo Lula
(PT) deve fechar o ano com déficit de R$ 30,2 bilhões, próximo da meta fiscal
que permite saldo negativo de até R$ 31 bilhões.
Carga tributária recorde
O peso maior vem do governo federal, cuja
arrecadação atingiu 21,4% do PIB em 2024 — alta de 1,5 ponto percentual sobre
2023.
A média dos países da OCDE foi de 33,9% em 2023; o
Brasil chegou a 32,1% no mesmo ano e subiu 2,1 pontos em 2024.
“Mesmo batendo recordes de arrecadação e carga
tributária, a conta continua não fechando”, diz o economista Ecio Costa, da
UFPE.
Dívida pública em alta
A dívida bruta do governo geral chegou a 77,5% do
PIB — alta de 5,8 pontos percentuais no governo Lula, o que equivale a R$ 9,6
trilhões.
Para o economista Felippe Serigati (FGV Agro), a
trajetória é “insustentável” e pode levar a uma “crise fiscal desconfortável”.
Despesas em expansão
Em 2024, as despesas do governo federal somaram
32,2% do PIB — cerca de R$ 3,78 trilhões. Incluindo Estados e municípios, o
valor consolidado chegou a R$ 5,36 trilhões.
O economista José Ronaldo de Souza (Leme
Consultores) aponta que os aumentos reais do salário mínimo e os gastos com
INSS, BPC e Bolsa Família pressionam o Orçamento e reduzem as despesas livres.
Déficit nominal bilionário
O déficit nominal (inclui juros da dívida) foi de
7,67% do PIB em 2024, o equivalente a R$ 900,5 bilhões.
Em 2023, o rombo havia sido de 8,03% do PIB, ou R$ 878 bilhões.
“O governo federal é o maior responsável pela
situação fiscal, mas não o único”, resume Serigati.
Com informações de Poder 360
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