A partir de 1º de novembro, o preço da
água mineral e adicionada de sais sofrerá reajuste em todo o Rio Grande do
Norte. O valor do garrafão de 20 litros poderá
variar entre R$ 9 e R$ 15, dependendo da política de preços de cada
indústria. O aumento foi anunciado pelo Sindicato das Indústrias de Cervejas,
Refrigerantes, Águas Minerais e Bebidas em Geral do RN (Sicramirn), que
justifica a medida como necessária para manter o
equilíbrio econômico do setor diante da elevação dos custos de produção.
De acordo com o presidente do Sicramirn, Joafran
Nobre, o reajuste busca preservar a sustentabilidade das empresas e a
qualidade do produto oferecido ao consumidor. “O aumento reflete um
esforço de equilíbrio diante da elevação de custos que impactam cada elo da
cadeia de uma forma diferente. Nosso compromisso é garantir que o consumidor
continue recebendo um produto seguro e de excelência, dentro das normas
sanitárias e ambientais exigidas”, afirmou.
A revisão nos preços ocorre em um cenário de alta
generalizada dos insumos, influenciada por fatores como a inflação acumulada de
cerca de 5% nos últimos 12 meses, reajuste do salário mínimo, aumento do preço
do petróleo e encarecimento de materiais utilizados na fabricação de rótulos,
tampas e lacres. Outro ponto de impacto é o preço do vasilhame, cuja principal
matéria-prima — a resina plástica — é cotada em dólar, o que tem provocado
variações significativas no custo final.
Em entrevista a rádio 98 FM Natal, o
consultor executivo do Sicramirn, Daniel Penteado, reforçou que o reajuste não
decorre de um único fator, mas do conjunto de pressões sobre a cadeia
produtiva. “Não se pode atribuir o reajuste a um mero fator específico. É
preciso considerar o custo do envase, da distribuição, da revenda ao consumidor
final. A inflação afeta a mão de obra, o combustível e o transporte. O dólar, o
preço do petróleo, o custo do frete e o chamado ‘custo Brasil’ também
interferem na formação dos preços”, explicou.
Daniel acrescenta que, embora o setor não deseje
novos reajustes, as condições econômicas e tributárias podem influenciar
futuras decisões. “Ninguém consegue prever com exatidão essa necessidade.
Não há interesse em novos aumentos, a não ser em casos extremos impostos pelo
mercado ou pelo governo”, pontuou.
No Rio Grande do Norte, o consumo de água mineral é
uma realidade para mais da metade da população, que utiliza o produto tanto em
residências quanto em estabelecimentos comerciais. O estado possui atualmente
35 indústrias envasadoras, responsáveis por uma produção anual de cerca de 507
milhões de litros e pela geração de aproximadamente 10 mil empregos diretos e
indiretos.
O setor é rigidamente fiscalizado por órgãos como o
Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e pela Vigilância Sanitária, e
adota o Selo de Controle Fiscal, mecanismo que assegura a procedência e a
qualidade do produto entregue ao consumidor.
Com o novo reajuste, o Sicramirn reafirma o
compromisso de manter o padrão de segurança e qualidade da água produzida no
estado, apesar das pressões econômicas que têm atingido toda a cadeia
produtiva.
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