O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dividiu
palco com a mulher apontada como a principal responsável por comandar o tráfico
de drogas do Primeiro Comando da Capital (PCC) na Favela do Moinho e as
extorsões a moradores da comunidade, de acordo com o Ministério Público de São
Paulo (MPSP). O PCC usava Favela do Moinho como
‘quartel-general’ no Centro de SP.
Alessandra Moja e Yasmin Moja são mãe e filha e
foram alvos de mandado de prisão na Operação Sharpe, deflagrada na manhã desta
segunda-feira (8/9). Os promotores do Gaeco afirmam que, após a prisão de
Leonardo Moja, o Leo do Moinho, Alessandra, irmã dele, teria ficado responsável
pelo abastecimento de entorpecentes na região da Cracolândia.
Em 26 de julho, Lula e seus ministros estiveram na
comunidade para anunciar o lançamento de um pr0grama habitacional em parceria
com o governo de São Paulo, com o objetivo de realocar os habitantes do bairro.
Na ocasião, Alessandra e Yasmin Moja, representando a associação de moradores,
foram convidadas a subir no palanque e cumprimentaram Lula.
“Esse dia vai ser histórico para a comunidade do
Moinho, que em vez de a gente tomar tapa, bomba, tiro, a gente está recebendo o
presidente da República na nossa casa”, afirma Flávia Silva, representando a
Favela do Moinho, enquanto segura na mão de Lula.
“Eu sou eternamente grata à nossa equipe, Yasmin,
Alessandra, Janine. Somos quatro mulheres de orgulho para o Moinho, porque nós
lutamos até o fim, não abandonamos vocês. E, se possível, se o presidente Lula
autorizar, a Yasmin, a Alessandra e a Je vem aqui para a gente apresentar
rapidinho”, acrescenta Flávia, enquanto o presidente estende o braço na direção
das mulheres.
Enquanto a plateia gritava “mulheres unidas jamais
serão vencidas”, Lula cumprimentou Alessandra e Yasmin.
Assista:
Em seu pronunciamento, Lula comemorou o anúncio do
programa habitacional e criticou a associação dos movimentos sociais ligados à
Favela do Moinho ao crime organizado.
“A gente resolveu fazer reparação e Justiça com vocês.
O que mais me incomodou foi quando a ministra Miriam Belchior junto com a Ester
me procuraram para dizer que tinha matéria nos jornais de São Paulo dizendo que
o governo federal estava protegendo gente do crime organizado. Porque, na
cabeça de muita gente da elite brasileira, pobre e gente que mora em favela é
sempre considerado bandido”, disse o presidente.
O programa habitacional anunciado pelo governo
federal oferece às famílias um crédito de R$ 250 mil para a compra de novas
casas, por meio do Minha Casa, Minha Vida e do Casa Paulista, do governo
estadual. A expectativa é que 900 famílias sejam beneficiadas.
Aparelhamento
De acordo com as investigações do Ministério Público
de São Paulo (MPSP), o PCC teria aparelhado os movimentos sociais ligados à Favela
do Moinho, entre eles a Associação de Moradores, com o objetivo de
proteger o local contra a atuação dos órgãos de segurança pública.
Além do tráfico de drogas, segundo os promotores,
Alessandra Moja estaria envolvida em extorsões a habitantes da comunidade que
firmaram acordo com o poder público para se mudar da região.
Com o esvaziamento do Moinho e a desapropriação dos
imóveis, o PCC teria perdido uma de suas fontes de renda: a cobrança de
aluguéis dos moradores da comunidade. Com isso, a facção teria passado a
cobrar multas das pessoas que decidiam se mudar.
Metrópoles
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