Por unanimidade, a CCJ (Comissão de Constituição e
Justiça) do Senado Federal rejeitou, nesta quarta-feira (24), a PEC da
Blindagem, que amplia a proteção de parlamentares na Justiça.
Nesse cenário, para ser considerada arquivada, as
regras do Senado estabelecem que é necessário o anúncio, no plenário, do
arquivamento, feito pelo presidente da sessão.
Em seu parecer, o relator, senador Alessandro Vieira
(MDB-SE), se manifestou contra a proposta e votou pela
"inconstitucionalidade, injuridicidade e rejeição" da proposta. No
parecer, Vieira argumenta que a PEC “é na verdade um golpe fatal na sua
legitimidade, posto que configura portas abertas para a transformação do
Legislativo em abrigo seguro para criminosos de todos os tipos”.
Na reunião desta quarta, Vieira afirmou que a PEC
"abre as portas do Congresso Nacional para o crime organizado". Para
o relator, o exercício do mandato já é suficientemente protegido pela
Constituição, com a imunidade material e o direito de a Casa Legislativa sustar
os processos que entender abusivos.
O texto original aprovado na Câmara limita a prisão
de parlamentares, determina o aval do Legislativo para a abertura de processos
contra congressistas – em votação secreta – e amplia o foro privilegiado para
presidentes de partidos.
Vieira também rejeitou todas as emendas sugeridas.
Na terça-feira (23), um grupo de senadores apresentou uma sugestão de emenda
para limitar a abrangência da “blindagem” promovida pela PEC.
Patrocinada pela oposição, a emenda determina que o
Legislativo avalie a abertura de processos contra parlamentares apenas em casos
de denúncia por crime contra a honra e "imputações" baseadas em
"opiniões, palavras e votos do parlamentar". A emenda também propôs
acabar com a previsão de votação secreta.
Contrário ao texto, o senador anunciou que
trabalharia pela rejeição da proposta desde o encaminhamento do texto à
comissão. Na reunião, Otto destacou, no entanto, que daria o tratamento
regimental à PEC e que a análise seria sem "atropelamento".
Na Câmara, a proposta foi aprovada na semana passada
com amplo apoio da oposição, integrantes de partidos do centro e do presidente
da Casa, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB). A proposta, no entanto, foi
alvo de críticas da sociedade civil em manifestações realizadas no último
domingo (21) em todas as capitais do país.
CNN Brasil
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