A Prefeitura do Natal se prepara para lançar o
edital de licitação do Mercado da Redinha nos próximos dias. O processo é a
última etapa antes da concessão do equipamento à iniciativa privada, após a
análise dos estudos de viabilidade econômico-financeira e de modelagem jurídico-institucional
apresentados no Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI). Segundo a
vice-prefeita Joanna Guerra, em entrevista ao programa Tribuna Livre da Rádio
Jovem Pan News Natal, o edital deverá ser lançado “nos próximos dias” para que
em breve o equipamento volte a funcionar.
Com concessão prevista por um período de 25 anos, o
Complexo Turístico da Redinha contempla uma área de 16,5 mil m², que recebeu
investimento municipal de aproximadamente R$ 30 milhões, com 33 boxes de venda,
sete espaços para restaurantes e um deck panorâmico. De acordo com Joanna, o
trabalho de avaliação dos estudos foi concluído em parceria com o Instituto
Fecomércio e a Procuradoria do Município, e o documento será submetido ao
prefeito nos próximos dias.
“O nosso próximo passo é o mais importante, que é a
licitação e que vai ser lançada nesses próximos dias. Houve um credenciamento
de empresas e uma foi credenciada para apresentar os estudos de viabilidade
econômica. Nós recebemos esses estudos agora no final de agosto, estudos de
muita qualidade, em que analisamos todo esse material junto com o Instituto
Fecomércio e a Procuradoria do Município, e chegamos a um edital de licitação.
Esse edital vai ser apresentado para o prefeito nos próximos dias, através da
Secretaria de Parcerias e Concessões, para que possamos marcar e lançar a
licitação do mercado”, afirmou a vice-prefeita.
Para ela, o objetivo da gestão é organizar o mercado
e reinseri-lo na rota do turismo potiguar. “Quem apresentou os estudos foi uma empresa
que hoje é responsável pelo gerenciamento do Mercado de São Paulo. Então, há
uma expectativa positiva de que tenhamos empresas de qualidade concorrendo
nesse edital de licitação, e queremos o mercado funcionando já na alta estação
do próximo ano. O final do ano está se aproximando, vem o verão e sabemos que
as pessoas precisam estar ali trabalhando, ganhando seu dinheiro”, destacou.
O edital a ser lançado trata-se de uma relicitação
realizada pela Prefeitura, após o primeiro pregão eletrônico aberto não ter
recebido propostas no final de 2024. Ao todo, foram 172 consultas, mas sem
propostas anexadas. Nele, a ideia era manter os contratos firmados com os
antigos ocupantes pelo prazo de quatro anos, prorrogáveis por idêntico período,
desde que preenchidos os requisitos e metas exigidas.
Apesar do otimismo da gestão municipal, comerciantes
que atuam no entorno do mercado relatam dificuldades provocadas pelo fechamento
prolongado. A comerciante Ivanize Barbosa, 78, que trabalha há quase meio
século na Redinha, considera que a falta de diálogo com a Prefeitura causa
incertezas. Atualmente, ela tem um ponto alugado em frente ao Mercado para
continuar atendendo os clientes fiéis.
“Esse mercado precisa abrir para ser melhor para a
gente. A Prefeitura não dá nenhuma satisfação. Não estamos sendo chamados para
uma reunião, para alguma coisa. Todo mundo que chega e pergunta: ‘Quando vai
abrir esse mercado?’ e eu não sei o que dizer. Queria pelo menos uma coisa
certa: que dissessem: ‘vamos abrir tal dia, tal hora, tal mês’”, desabafou. Com
o mercado fechado desde meados de fevereiro, quando ocorreu a última abertura,
o movimento diminuiu.
A situação é a mesma vivenciada por Nilton da Silva,
60, que mantém um mercadinho há 10 anos próximo ao equipamento. “É um desperdício
muito grande o que fizeram aqui. Caiu muito o movimento, mais de 95%. Quando
estava aberto, era bom demais, vivia lotado. Agora, o pessoal chega a perguntar
se está aberto. Todo domingo vem gente de Recife. Ontem [domingo] vieram três
ônibus lotados. Eles vieram porque viram fotos e acharam muito lindo, mas
quando chegaram aqui não tinha nada”, contou.
Para Joanna Guerra, a Redinha está perto de virar a
página desse longo período de espera. “O edital está muito bem elaborado e
acredito que vamos conseguir vencer. Eu sou muito otimista, mas também pé no
chão. Temos situações que podem acontecer, como questões jurídicas, que não são
inerentes à Prefeitura de Natal. Mas, no que cabe à Prefeitura, o objetivo é
esse: ter o mercado funcionando”, finalizou a vice-prefeita.
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