sexta-feira, 12 de setembro de 2025

CPMI do INSS quebra sigilo do potiguar Abraão Lincoln e mais 66 pessoas e 91 entidades

 


AComissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga o roubo e desvios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) aprovou, na quinta-feira (11), a quebra de sigilo de 67 pessoas e 91 associações, entre elas está o Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos) que tem como vice-presidente Frei Chico, irmão do presidente Lula (PT).

Também consta na lista o potiguar Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, , 64 anos, que é presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA) e vice-presidente nacional da Força Sindical, tendo histórico de envolvimento em escândalos nacionais.

Em 2015, Abraão chegou a ser preso em investigação da Polícia Federal sobre “vendas ilegais de permissões para a pesca industrial”.

Abraão Lincoln chegou a disputar cadeira de deputado federal nas eleções de 2018, tendo obtido 42.431 voros, a 14ª votação pelo PRB.

O autor do requerimento, senador Izalci Lucas (PL-DF), justificou que “o alvo não é um ator periférico, mas o dirigente máximo de uma entidade responsável por um impacto financeiro devastador de R$ 221.884.427,63, drenados de benefícios previdenciários em um curto espaço de tempo”.

Ilzaci Luas disse que “sua condição de réu em processos por corrupção e lavagem de dinheiro, aliada à sua posição de comando na estrutura investigada, torna o acesso às suas informações financeiras não apenas relevante, mas a pedra angular para compreender a dimensão da fraude e identificar seus beneficiários ocultos”.

Segundo Lucas, o relatório da Controladoria Gral da Uniçao (CGU) é taxativo ao descrever a sede da CMPA como uma “pequena sala comercial” com “uma secretária para atendimento”, uma estrutura física e de pessoal grotescamente incompatível com a gestão de 360.632 associados residentes em 3.677 municípios.

“Esta discrepância abissal é um forte indício de que a CBPA opera como uma “entidade de fachada”, cuja finalidade precípua não é a defesa de interesses legítimos, mas a criação de uma fachada operacional para a captação e o desvio de recursos em massa. É inconcebível que o líder de uma estrutura tão suspeita, que movimenta centenas de milhões de reais, possa manter suas finanças pessoais sob o véu do sigilo, ao passo que a organização que comanda está no epicentro de um escândalo nacional”, relatou o senador Izalci Lucas.

Uma das pessoas que teve os sigilos bancário e fiscal quebrados também foi Antônio Carlos Camilo Antunes, que ficou conhecido como o “Careca do INSS”.

O colegiado também aprovou as quebras de sigilo da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), também ligada ao Partido dos Trabalhadores (PT), e outros nomes como o de Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS, e Antônio Carlos Camilo Antunes, o “careca do INSS”, junto do empresário Maurício Camisotti.

A Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Rurais do Brasil (Conafer), ligada à frente parlamentar em Defesa do Empreendedorismo Rural, está presente na lista, por suspeita de receber mais de R$ 100 milhões do INSS.

O presidente do colegiado destacou que foram retirados da pauta quebras de sigilo de suspeitos que estão fora dos relatórios da Polícia Federal (PF).

O ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), foi convocado a prestar depoimento na última segunda-feira (8). O ex-ministro de Lula (PT) também tinha um pedido de quebra de sigilo bancário e fiscal referente a 2023 a 2025, no entanto, não foi votado.

A comissão definiu que terá acesso às informações bancárias das associações que tiveram o sigilo quebrado desde o momento em que foi firmado o Acordo de Cooperação Técnica (ACT) até a presente data.

A CPMI do INSS aprovou 399 requerimentos depois de acordo entre governistas e oposicionistas, que priorizou a quebra de sigilo de pessoas e empresas vinculadas a associações de aposentados, e também de sindicatos e entidades supostamente envolvidos em fraudes contra beneficiários da Previdência.

Além disso, há entre os requerimentos aprovados solicitações de relatórios de inteligência financeira (RIFs) ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Também há pedidos de documentos e relatórios sobre visitas a instituições como Câmara dos Deputados, Palácio do Planalto, Receita Federal, Tribunal de Contas da União (TCU) e Controladoria-Geral da União (CGU), entre outras.

Os parlamentares da CPMI aprovaram ainda requerimentos de informações sobre inquéritos policiais e processos judiciais relacionados a fraudes.

 

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