segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Bomba: Investigação da PF aponta que Caixa e ao Santander receberam dinheiro do PCC e não informaram

 


Os tentáculos do Primeiro Comando da Capital (PCC) podem ter chegado ao setor financeiro do Brasil. Segundo a Polícia Federal, agências da Caixa e do Santander foram usadas para fazer movimentações milionárias para a organização criminosa que dominou parte do setor de combustíveis do país. 

Segundo reportagem do Estadão, os acusados fizeram 9.560 depósitos em espécie, que somaram R$ 331 milhões, sem que os órgãos de controle e fiscalização do setor tivessem sido informados, de acordo com relatório da PF.

Pelas normas antilavagem de dinheiro estabelecidas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), para todas as operações suspeitas ou acima de R$ 30 mil, os bancos são obrigados a informar quem são os clientes, a origem do recurso e se a movimentação é normal ou atípica. 

"Não consta a identificação depositante em nenhum desses depósitos, contrariando obrigatoriedade prevista nos normativos do Coaf", escreveu o delegado Mateus Marins Corrêa de Sá, do Grupo de Investigações Sensíveis (Gise) da PF no Paraná, no pedido de prisão dos acusados investigados na Operação Tank, encaminhado à 13.ª Vara Federal de Curitiba.

O questionamento sobre o uso das agências surgiu durante a análise da atuação de duas instituições de pagamento usadas pelo núcleo do esquema no Paraná. A primeira delas era o BK Bank, que movimentou R$ 46 bilhões em cinco anos, dos quais R$ 17,7 bilhões em operações suspeitas, segundo o Coaf. A segunda era a Tycoon.

Dinheiro vivo

A análise das contas mantidas pelo esquema nas agências do Santander e da Caixa indica que a principal origem dos recursos - 96,76% dos créditos efetivos - foi depósito em dinheiro vivo. Na Caixa, a Tycoon mantinha duas contas numa agência em Guarulhos. De acordo com a PF, a fintech realizou 1.336 depósitos que somaram R$ 164,9 milhões. Tudo sem identificação de depositante.

Numa das contas da Caixa, depósitos não identificados foram praticamente a única origem de recursos. E os principais destinatários deles foram BK Bank (R$ 126.694.615,74) e duas empresas em nome de parentes de Mourad, a GGX Participações (R$ 21.694.255,68) e a Lega Serviços Administrativos (R$ 8.550.750,44).

No caso do Santander, o delegado diz que foram contabilizados R$ 91,2 milhões em créditos efetivos na conta 7560, numa agência no bairro do Bom Retiro, em Curitiba. Ali, "90,80% do total refere-se a créditos com o histórico OCT". Foram registradas 8.224 transações com esse histórico, entre abril de 2020 e março de 2022.

Palavra dos bancos

O Santander informou que "mantém sistemas robustos e contínuos de controle e reitera seu compromisso rigoroso com a legalidade, a integridade e a legislação de Prevenção e Combate à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo". O banco esclarece que, "por força destas mesmas normas, está legalmente impedido de comentar casos específicos".

A Caixa afirmou que "atua conjuntamente com os órgãos de segurança pública nas investigações e operações que envolvem a instituição". "Tais informações são consideradas sigilosas e repassadas exclusivamente à Polícia Federal e demais autoridades competentes." O banco estatal informou ainda dedicar "atenção especial ao monitoramento de movimentações financeiras com indícios de lavagem de dinheiro, com a devida comunicação ao Coaf".

Em nota divulgada no dia da Operação Carbono Oculto, o BK Bank informou que "conduz todas as suas atividades com total transparência, observando rigorosos padrões de compliance". A reportagem não conseguiu localizar a defesa da Tycoon e a de seu sócios. Tanto Mourad, quanto Beto Loco alegam inocência.

 

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