O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) usou seu discurso na abertura da 80ª Assembleia Geral da
ONU, na manhã desta terça-feira (23), em Nova York, para reforçar a sua imagem
de rival de Donald Trump no plano internacional. Sem mencionar diretamente o
líder americano, marcou diferenças nas áreas geopolítica, comercial e
ambiental, em meio à escalada das tensões entre Brasil e Estados Unidos. Mas
foi surpreendido pela fala que o sucedeu, justamente a do presidente americano.
Após o encontro brevíssimo
que Lula e Trump tiveram nos bastidores da tribuna, o líder americano disse ter
“gostado” de Lula e acenou para a aproximação, voltada para negociar o
relaxamento do tarifaço de 50% imposto pela Casa Branca a uma série de produtos
importados do Brasil. Este foi o primeiro encontro dos dois presidentes desde a
volta de Trump ao poder neste ano e pode ter aberto a chance para outro, na
próxima semana.
Para observadores, esse
posicionamento de Trump ajuda não apenas a quebrar o impasse diante da negativa
de Lula em procurar conversar diretamente, mas sobretudo pode esvaziar a
retórica construída pelo presidente brasileiro desde o fim de julho, de
confronto com um inimigo externo apoiado por seus adversários de direita na
política nacional. Essa abordagem se tornou, inclusive, a base para a campanha
do presidente pela reeleição em 2026, expressa até nos novos slogans e atos
oficiais do seu governo.
Gazeta do Povo
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