Um médico oftalmologista foi preso em Tangará da
Serra (MT) por força de mandado judicial expedido pela Justiça do Rio Grande do
Norte. O suspeito, identificado como Diego Felipe Sampaio, é investigado por
crimes como estelionato, lavagem de dinheiro e pirâmide financeira, que,
segundo a Polícia Civil, podem ter causado prejuízos de mais de R$ 30 milhões a
dezenas de vítimas em Natal e outros estados. Entre as possíveis vítimas, está
a sogra do médico, que teria perdido aproximadamente R$ 5 milhões. Há, pelo
menos, seis processos em curso contra o médico Diego Sampaio.
A prisão foi confirmada pelo delegado João Peres
Soares, da Delegacia de Tangará da Serra. “Recebemos o mandado de busca e
apreensão e de prisão. Ele é médico oftalmologista e, segundo informações do
delegado responsável pelo caso no Norte, aplicava dinheiro de várias pessoas no
mercado financeiro. Algumas vítimas relatam que perderam até R$ 15 milhões. Ele
afirmou que foi um investimento de risco e que pode comprovar tudo”, disse o
delegado.
Apesar disso, as investigações apontam que não há
comprovação de que Diego tenha investido qualquer valor. Após quebra de sigilo
bancário, a polícia constatou que os valores recebidos não foram aplicados no
mercado financeiro e diversos saques de alto valor foram detectados, o que
levanta suspeitas de desvio e lavagem de dinheiro.
Durante sua prisão em Tangará, o médico disse estar
tranquilo:
“Tenho 17 anos de medicina, nunca tive processo como
médico. Estou disponível para prestar todos os esclarecimentos. Os clientes
sabiam dos riscos. A empresa foi aberta em 2019 e nunca fiz propaganda, era
algo restrito a amigos e familiares.”
Mesmo com os indícios de fraude, o oftalmologista
afirma que a perda total foi entre R$ 12 a R$ 15 milhões, e que há exagero nas
cifras divulgadas pelas vítimas. Ele também negou envolvimento em qualquer
pirâmide financeira.
Além da prisão, Diego Sampaio será investigado pelos
crimes de estelionato, crime contra a economia popular e lavagem de dinheiro.
Ele passou por exame de corpo de delito e foi encaminhado ao sistema prisional.
Outro detalhe que chama atenção é que, mesmo tendo
movimentado milhões, o médico pediu gratuidade judiciária em diversos processos
alegando estar sem condições financeiras. Em alguns casos, a Justiça acatou o
pedido; em outros, foi negado.
As investigações seguem em andamento, sob responsabilidade
da Delegacia de Defesa do Consumidor, que tenta identificar o paradeiro do
dinheiro desaparecido.
Com informações de Plantão Tangará da
Serra-MT
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