Mossoró, RN –
Um julgamento aguardado há anos promete movimentar a Comarca de Mossoró no
próximo dia 19 de agosto de 2025. Sentará no banco dos réus Aldair José Alves,
conhecido como “Barata”, de 46 anos, acusado de executar com extrema crueldade
o empresário e fazendeiro Henrique José Torres Lopes, o “Henrique da Barra”, na
manhã de 12 de janeiro de 2019, na comunidade Barra de Santana, em Jucurutu,
região Seridó potiguar.
Segundo a perícia, a vítima foi emboscada.
Familiares relataram à Justiça que Henrique já havia sido alertado de que
Barata o queria morto. No dia do crime, ao avistar o acusado passando de moto
em direção contrária, Henrique tentou voltar para conversar. Ao reduzir a
velocidade para passar em um mata-burro, foi surpreendido com uma rajada de
tiros. Sete disparos atravessaram o para-brisa da Fiat Strada. Mesmo ferido,
tentou recuar, mas colidiu com o muro de uma casa. O assassino se aproximou e
disparou mais três vezes à queima-roupa.
Testemunhas contam que após o crime, Barata fugiu
gritando pela comunidade que havia matado Henrique, como se comemorasse o
assassinato. A perícia concluiu que duas armas foram utilizadas, entre elas uma
espingarda calibre 12.
Ficha carregada
Barata já possuía histórico pesado: em 2016 foi
preso em Caicó pelo homicídio de Isaac Soares de Oliveira Torres, ocorrido em
2013 — crime no qual contou com o apoio de Jorge Eduardo Lopes, irmão da
própria vítima Henrique. Ambos foram soltos em 2018 pela morosidade da Justiça,
mas Barata ainda aguarda julgamento por esse caso.
Após matar Henrique, Barata fugiu do estado e só foi
capturado em 13 de junho de 2023, em Várzea Grande (MT), usando a identidade do
próprio irmão e respondendo também por falsidade ideológica.
Júri cercado de expectativa
Diante da repercussão do caso e do medo instaurado
na região, o julgamento foi transferido de Jucurutu para Mossoró. O júri será
presidido pelo juiz Vagnos Kelly Figueiredo de Medeiros. O promotor Armando
Lúcio Ribeiro atuará no caso ao lado dos advogados assistentes Anesiano Ramos e
Sérgio Magalhães.
O réu participará por videoconferência. As acusações
são de homicídio qualificado. Ministério Público e assistentes terão 90 minutos
para expor as provas periciais e testemunhais. Caso Barata não tenha advogado,
um defensor público fará sua defesa com o mesmo tempo de sustentação.
Ao final dos debates, os jurados decidirão, em sala
secreta, se condenam ou absolvem o réu. O juiz então fixará a pena — ou
sentenciará a absolvição.
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