A recusa do senador Romário (PL-RJ) em assinar o
pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF, provocou uma
onda de críticas dentro da oposição, especialmente entre aliados do
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que defendem a saída do magistrado.
Um dos ataques mais contundentes veio do advogado
Paulo Faria, filiado ao PL. No sábado (9), ele usou as redes sociais para
cobrar a expulsão de Romário do partido, afirmando que o ex-jogador “nunca
deveria ter entrado no PL” e que “não fez nada pelo Estado nem pelo Brasil”.
Faria disse ainda que vai formalizar o pedido de afastamento.
O requerimento contra Moraes foi articulado por
senadores bolsonaristas em resposta à prisão domiciliar de Bolsonaro. Romário
está entre os únicos dois parlamentares do PL no Senado que não assinaram o
documento, resistindo às pressões que se intensificaram na última semana.
Na terça-feira (5), Jair Renan Bolsonaro (PL-SC),
vereador de Balneário Camboriú e filho do ex-presidente, cobrou publicamente o
senador. Em tom provocativo, relembrou sua carreira no futebol: “Vai continuar
vivendo do gol de 94 ou vai mostrar que também sabe jogar pelo povo?”. Segundo
ele, apoiar o impeachment seria prova de compromisso com a população.
Na sexta-feira (8.ago), foi a vez do vereador Gilson
Filho (PL-PE), do Recife, afirmar que “o impeachment de Romário será nas
urnas”, sugerindo que o senador não terá chances de reeleição.
As críticas também vieram de fora do PL. Adrielles
Jorge (União Brasil-SP), vereador de São Paulo e ex-participante do BBB,
declarou que Romário foi eleito com o apoio da direita e de Bolsonaro, mas hoje
“cospe no prato que comeu” e “na cara de um amigo”.
Diante da pressão, Romário divulgou uma nota no
próprio dia 8 negando rompimento com Bolsonaro e desmentindo que tenha apagado
fotos ao lado do ex-presidente. Reforçou que mantém boa relação com o PL e suas
lideranças, e que segue atuando “pelo Rio de Janeiro e pelo Brasil” em áreas
como esporte, saúde, inclusão e defesa das pessoas com deficiência. Não fez, no
entanto, qualquer menção ao impeachment.
Campeão mundial em 1994 e ídolo do futebol, Romário
hoje está no PL, mas já passou por siglas como PP, Podemos e PSB — este último,
atualmente, é base do governo Lula e abriga o vice-presidente Geraldo Alckmin.
Com informações do Poder 360
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