quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Operação Carro-Pipa cresce 20% no RN em meio à seca

 


A Operação Carro Pipa (OCP) ampliou sua atuação no Estado neste ano. Com chuvas abaixo da média, o aumento do número de municípios que precisam de intervenção dos pipeiros com água potável foi de 20%, saltando de 53 municípios beneficiados entre janeiro e agosto de 2024 para 64 cidades impactadas no mesmo período de 2025. Atualmente, 81.604 potiguares estão sendo beneficiados com a operação. As informações são do Exército Brasileiro (EB) e do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR).

Neste ano, até julho de 2025, o investimento na operação já atinge R$ 21 milhões, se aproximando do montante gasto em 2024, que foi de R$ 34 milhões. Os recursos são de cerca de 98% para pagamento dos pipeiros, sendo os outros 2% para custeio das atividades do Exército. Segundo o EB, outros seis municípios estão em processo de inclusão na Operação Carro Pipa.

A Operação Carro Pipa atende prioritariamente municípios na região do semiárido nordestino em situação de emergência ou calamidade pública por seca ou estiagem, com reconhecimento federal da Defesa Civil Nacional. “Com um papel crucial na vida de milhões de brasileiros que vivem na região do semiárido, a OCP é uma ação emergencial coordenada pelo MIDR e pelo Exército com o objetivo de garantir o acesso à água potável em municípios que sofrem com a escassez hídrica, um problema recorrente nessa região do país”, disse o MIDR em nota enviada à TN.

Segundo o Coronel José Gerino Bezerra Cordeiro, chefe do Escritório Regional da Operação Carro Pipa da 7ª Brigada de Infantaria Motorizada no RN, a ação é voltada especificamente para populações das zonas rurais dos municípios, com o pedido sendo feito pelas prefeituras por meio do decreto de emergência por situação de seca. Atualmente, 76 municípios potiguares tiveram suas situações de seca decretadas reconhecidas pelo Governo Federal.

Uma vez feita a solicitação e indicada as áreas a serem beneficiadas, o Exército Brasileiro entra em ação com as contratações dos carros pipa, que atualmente somam 215 no Estado. “No sistema o município insere os dados, não só o decreto de emergência, mas fotos que mostrem a situação de seca na região, os mananciais que existem, o gado que está morrendo. Ele mostra uma série de dados para que o MIDR reconheça que aquele município precisa da Operação Carro Pipa. Com isso, o MIDR manda para o Exército para que aquele município seja inserido na Operação. Vamos ao município, fazemos o reconhecimento da região, ver a real necessidade. É um trabalho conjunto com as coordenadorias de Defesa Civil dos municípios”, explica o Coronel José Cordeiro.

Na prática, cada pessoa da comunidade rural precisa receber 20 litros de água por dia. Numa comunidade que tenha 30 pessoas, por exemplo, o cálculo é feito em cima da quantidade de dias de água a serem disponibilizadas para as pessoas daquela área.

“Cada pessoa recebe 20 litros de água por dia. Se a comunidade tem 50 pessoas, por exemplo, então 50 multiplicado por 20 litros/dia, são 1.000 litros/dia para aquela comunidade. Como são 30 dias por mês, seria 30 mil litros por mês. Se contratamos um caminhão com capacidade de 10 mil litros, precisamos que aquele caminhão faça 3 viagens, por exemplo”, aponta.

Fiscalização
Dos mananciais às cisternas, as águas levadas pelos carros-pipa até à população passam por um longo processo de fiscalização e verificações de pureza da água, com intuito de evitar riscos e contaminações para a população beneficiada.

Segundo o Coronel José Gerino Bezerra Cordeiro, coordenador da Operação Carro Pipa no RN, os carros pipa passam por todo um processo de rastreabilidade via satélite bem como laudos de potabilidade da água mensais e vistorias em relação à documentação do veículo, além de colagem de adesivos nos caminhões.

A fiscalização, segundo o Coronel, é necessária para que não haja desvios na água nem contaminações nos tanques dos veículos. Ele aponta que em caso de irregularidades, os pipeiros podem responder a processos administrativos e eventuais exclusões do programa.

“É um contrato de exclusividade. Ele só pode trabalhar naquele período de 6 meses, do contrato, para a Operação Carro Pipa. Não se pode fazer outro serviço, para evitar contaminação no tanque num final de semana levando água que não é potável, por exemplo. Cada caminhão desses é levado um equipamento de rastreio via satélite. Temos um sistema de acompanhamento do percurso que ele realiza durante o trabalho de entrega de água”, finaliza, acrescentando que pelo menos 95% dos pipeiros seguem às regras e diretrizes estabelecidas pela legislação.

 

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