A ministra da Gestão e Inovação em Serviços
Públicos, Esther Dweck, aponta risco de aumento de despesas para União, Estados
e municípios com a proposta da reforma administrativa de criação de uma 14ª
folha para o pagamento de bônus aos servidores. O benefícios seria vinculado ao
atingimento da meta dos órgãos da administração pública.
“Não tenho condições de pagar uma 14ª folha”, diz
ela. Segundo a ministra, o governo teria que segurar reajustes dos salários
para ter espaço para pagar o bônus. A ideia integra a proposta em elaboração
pelo GT (grupo de trabalho) da reforma administrativa da Câmara, coordenado
pelo deputado Pedro Paulo (PSD-RJ).
Na primeira entrevista após o deputado antecipar os
principais pontos da reforma, Dweck diz à Folha que vê com preocupação as
propostas de redução de 50% dos salários iniciais das carreiras e de uma tabela
única de remuneração salarial para todos os servidores públicos do país.
A ministra disse que o risco é de os estados e
municípios acabarem batendo na porta do governo federal para bancar o aumento
das despesas com a reforma. “Muitas propostas, em tese, são boas, mas não são
fáceis de fazer na prática”, afirma. Ele diverge da necessidade de um novo
modelo de contrato temporário.
Dweck apoia as propostas de combate ao privilégios,
como a restrição aos supersalários e o fim das férias de 60 dias, para alcançar
os atuais servidores da ativa. “Se a gente não enfrentar isso agora, vai ser
uma decepção para a sociedade. Vai ser muito frustrante”, afirma a ministra, que
defende que a tramitação da proposta seja discutida numa comissão especial
antes de ir para o plenário da Casa.
Folha de S.Paulo
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