O consumidor que tem abastecido em diferentes postos
de combustíveis em Natal tem percebido uma variação significativa nos preços
praticados. Nesta terça-feira (12), a Tribuna do Norte percorreu postos da zona
Leste da capital e identificou uma diferença de até R$ 0,84 no valor do litro
da gasolina. Nos estabelecimentos mais baratos, o litro era vendido a R$ 5,65;
já nos postos com preços mais elevados, o valor chegava a R$ 6,49. A variação é
ainda maior do que a registrada no levantamento mais recente da Agência
Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Segundo o estudo da ANP, que mede a competitividade
entre os postos por meio do desvio-padrão dos preços, Natal apresentou uma
variação média de R$ 0,344 por litro, a maior do Nordeste e a segunda maior do
país, atrás apenas de São Paulo, onde a diferença chega a R$ 0,714. A média
nacional foi de R$ 0,141.
O levantamento aponta que, quanto maior o
desvio-padrão, maior a competição no mercado local, pois a variação indica que
os postos adotam estratégias diferenciadas para atrair clientes. No bairro da
Ribeira, por exemplo, o chefe de piso Jair Anderson afirma que mantém o litro a
R$ 5,99 oferecendo descontos para pagamentos via PIX ou dinheiro. “Isso gera
uma economia de até 5% para o cliente. Além disso, a gente monitora a
concorrência. Quando os outros reduzem, a gente também reduz para ficar mais
competitivo”, explicou.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de
Derivados de Petróleo do RN (Sindipostos RN), Maxsuel Flor, diz que o cenário
encontrado em Natal confirma que o consumidor pode pagar menos se pesquisar. “É
natural que postos localizados numa mesma região pratiquem preços semelhantes
ou iguais, uma vez que todos eles exibem nas placas as condições comerciais, e
isso faz com que a concorrência se torne mais acirrada”, afirma. “Porém, esses preços
podem variar de acordo com a localização, e cabe ao consumidor pesquisar”,
complementa.
No Nordeste, João Pessoa (R$ 0,053), Recife (R$
0,035) e Fortaleza (R$ 0,074) estão muito abaixo dos índices da capital
potiguar. No ranking geral, apenas São Paulo e Natal estão muito acima da média
nacional. Já capitais como Manaus (R$ 0,003), Boa Vista (R$ 0,008) e Aracaju
(R$ 0,031) figuram entre as menos competitivas, com praticamente nenhuma
variação entre postos.
Maxsuel lembra ainda que o aumento no teor de etanol
na gasolina, de 27% para 30%, também pode influenciar no consumo e na escolha
dos motoristas. “Com esse aumento no teor de etanol na gasolina, a queima será
maior, e o etanol se tornará cada vez mais atrativo, inclusive por seu apelo
ecológico”.
O motorista de aplicativo Jailson Nascimento diz que
encontra valores diferentes, mas a maioria ainda está no patamar mais alto.
“Realmente não são os mesmos preços, mas a maioria está em R$ 6,50. Tem uns
mais baratos, uns de R$ 6. Aí a gente tem que se desdobrar, procurar descontos
em aplicativos, principalmente a gente que trabalha dirigindo”, afirma.
Já o motorista João Paulo avalia que, dependendo da
região da cidade, a economia pode ser significativa. “Tem uns postos que o
litro está a R$ 5,65, outros mais de R$ 6. Mas varia muito e muda de um dia
para o outro, tanto a gasolina quanto o álcool. Isso ajuda a gente a
economizar, mas é preciso ficar de olho”, analisa.
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