domingo, 3 de agosto de 2025

Feminicídio avança no RN: Mulher é assassinada a cada três semanas

 


A cada 21 dias, uma mulher é morta no Rio Grande do Norte apenas por ser mulher. É o que revelam dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesed), que registrou 10 feminicídios entre janeiro e julho de 2025. No mesmo período de 2024, foram 12 mortes. Em todo o Brasil, o número chegou a 1.492 feminicídios no último ano — a maior marca desde 2015, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025.

Mais de 60% dessas mortes ocorrem dentro da casa da vítima. A maioria das mulheres assassinadas era negra (63,6%) e tinha entre 18 e 44 anos (70,5%). Em 80% dos casos, o autor era o companheiro ou ex-companheiro.

Um caso que quase ampliou essa estatística foi o de Juliana Soares, de 35 anos, espancada com 61 socos dentro de um elevador por seu namorado, Igor Eduardo Cabral, de 29 anos, no dia 26 de julho, em Natal. Ele foi preso em flagrante e vai responder por tentativa de feminicídio.

As agressões brutais foram registradas por câmeras de segurança do prédio e chocaram o país. Juliana estava indefesa, caída no chão, enquanto era golpeada seguidamente no rosto, o que, segundo especialistas, carrega uma simbologia da cultura machista.

“Atingir o rosto também demonstra poder. Ele quer aniquilar aquela mulher e deixar visível a sua marca”, afirma a antropóloga Analba Brazão, do Instituto Feminista SOS Corpo. Já a promotora Valéria Scarance, do Ministério Público de São Paulo, explica que os agressores costumam atingir partes simbólicas do corpo feminino — rosto, seios e ventre — como uma forma de controle e posse.

 

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