O youtuber Felipe Bressanim Pereira, conhecido como
Felca, revelou que passou a usar carro blindado e seguranças após receber
ameaças por causa de um vídeo publicado na última quarta-feira (6) em que
denuncia exploração infantil na internet.
Em entrevista ao podcast PodDelas, ao lado da
streamer Wanessa Wolf, Felca contou que o vídeo sobre as denúncias, que já
ultrapassa 28 milhões de visualizações no YouTube, foi produzido com base em
pesquisas e consultas com psicólogos.
Ele exemplificou o caso da adolescente Kamylinha, de
16 anos, que, segundo ele, é exposto em conteúdos que a apresentam como adulta.
"A criança não tem discernimento nem maturidade para entender o que é bom
para ela. Como fica o cérebro dela?", questionou, citando os impactos da
exposição precoce nas redes sociais.
Felca também criticou o algoritmo das plataformas,
que, segundo ele, favorece a disseminação de conteúdos com crianças para
públicos inadequados, incluindo pedófilos.
Para demonstrar, criei um novo perfil no Instagram e
mostrei como o algoritmo de entrega desse tipo de material. "Mergulhei no
lamaçal. Foi aversivo fazer esse vídeo, dá vontade de chorar e de
vomitar", disse.
O youtuber afirma que o tema da “adultização” é
pouco discutido, mesmo por criadores com grande alcance. "Se ninguém fala,
ninguém vai falar. Eu não aguento ficar calado", contornou durante uma
entrevista.
Ele permitiu que o vídeo sobre as denúncias pudesse
ser removido por “strikes” ou gerar processos judiciais, mas defendeu a
importância do conteúdo. “É uma gota no oceano, mas sem essa gota, o oceano
seria menor”.
Além das ameaças recebidas pela abordagem da
exploração infantil, Felca enfrentou intimidações por influenciadores críticos
ligados às apostas online. "Na questão das apostas, vieram muitas ameaças.
Na adultização, existe ameaça de processo", disse.
Quem é Felca
Natural de Londrina, Paraná, Felca mora atualmente em São Paulo. Ele começou na
internet em 2012 como streamer de videogames e migrou para vídeos de humor e
“reacts”, nos quais comenta produtos, serviços ou outros conteúdos.
Hoje, o youtuber acumula 14,7 milhões de seguidores
no Instagram, quase 5,5 milhões de inscritos no YouTube e cerca de 20 milhões
somando todas as plataformas sociais, incluindo o TikTok.
Um de seus vídeos mais famosos, “Testei a Base da
Virgínia”, publicado em maio de 2023, soma mais de 20 milhões de visualizações.
Nele, Felca avalia um cosmético da influenciada Virgínia Fonseca com tom
humorístico, criticando o resultado.
Ele também ganhou atenção ao comentar como “lives
NPC” no TikTok e na CPI das Apostas, criticando influenciadores que promovem
casas de apostas.
Vídeo sobre 'adultização'
divulgado na última quarta-feira, o vídeo aponta casos de influenciadores que,
segundo Felca, lucraram com a exposição de crianças em contextos inadequados. A
gravação já ultrapassou 28 milhões de visualizações e 208 mil comentários nesta
segunda (11).
Entre os citados, está o influenciador paraibano
Hytalo Santos, cujo perfil no Instagram foi desativado na sexta-feira (8), após
a repercussão do vídeo. Não há confirmação se a desativação está ligada à
denúncia.
O R7 não conseguiu entrar em contato com a defesa de
Hytalo Santos. O espaço está aberto.
Felca também acusou Santos de produzir vídeos com
menores em situações que poderiam causar danos, incluindo uma adolescente de 17
anos exposta de forma sensual, segundo o youtuber.
O caso chegou ao Ministério Público da Paraíba
(MPPB), que já investigava Santos, e motivou discussão na Câmara dos Deputados.
O deputado Hugo Motta (Republicanos) informou que irá pautar projetos sobre a
proteção de crianças após a denúncia.
R7
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