Jovens, bonitas e seguidas por milhares de pessoas,
quatro influenciadoras digitais — Alicya Ribeiro, Dheovana França, Emilly Souza
e Maria Karollyny Campos Ferreira, a “Karol Digital” — tiveram suas vidas
transformadas pelo dinheiro obtido na promoção do chamado “Jogo do Tigrinho”. A
ostentação, com carros milionários, viagens internacionais e mansões, no
entanto, acabou colocando todas no centro de investigações do Ministério
Público e da Polícia Civil em diferentes estados.
Em Belo Horizonte (MG), Alicya Ribeiro conquistou
cerca de 400 mil seguidores e recebia em torno de R$ 100 mil mensais para
divulgar plataformas ilegais de apostas. Ao lado do marido, Eduardo Magalhães,
levava uma vida de luxo com viagens, carros e motos de alto padrão. Em junho,
ela virou alvo de operação policial que apreendeu R$ 700 mil em bens, enquanto
o companheiro foi preso por porte ilegal de arma.
Dheovana França, do Tocantins, acumulou mais de 1,1
milhão de seguidores e, em menos de um ano, construiu uma fortuna de R$ 7
milhões, apesar de antes viver como manicure e declarar renda de R$ 9,3 mil
mensais. Indiciada por 258 crimes de lavagem de dinheiro e jogos de azar, ela
ostentava carros, mansões e viagens internacionais. A influenciadora chegou a
fazer cirurgias plásticas e bariátrica, exibindo a rotina de luxo em suas
redes.
No Mato Grosso, Emilly Souza ganhou notoriedade por
divulgar supostos ganhos em cassinos on-line, mas usava “contas teste” para
enganar seguidores. Foragida por dois meses, ela viajava pelo mundo ostentando
registros em Paris, Maldivas, Suíça e Disney, além de festas luxuosas e
passeios de cruzeiro. Presa em junho deste ano em Cuiabá, foi encontrada
escondida na casa da mãe.
O esquema, segundo as investigações, contava com uma
engrenagem estruturada, envolvendo chefes das plataformas, localizados em sua
maioria na China, além de gerentes, agentes e os influenciadores digitais. A
promessa de ganhos fáceis servia para atrair apostadores e financiar a vida
luxuosa das chamadas “rainhas do Tigrinho”.
Entre elas, a mais conhecida é Maria Karollyny, a
“Karol Digital”, que soma mais de 1,5 milhão de seguidores e possuía sete
veículos de luxo, entre eles um Porsche, uma RAM e uma McLaren de R$ 3,1
milhões. Dona de um salão de beleza e de negócios de cosméticos, é apontada
pela polícia como integrante de um esquema milionário de jogos ilegais,
associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Ex-presidiária por assalto à mão armada, “Karol
Digital” foi presa novamente em agosto, em um condomínio de alto padrão em
Araguaína (TO). Nas redes, ela exibia bolsas, roupas de grife e publicações que
simulavam ganhos em apostas, estratégia usada para enganar seguidores. Agora,
assim como as demais influenciadoras, está na mira da Justiça e pode enfrentar
longas penas de prisão.
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