Alexandre de Moraes mandou prender Jair Bolsonaro. E
sabe por quê? Porque, durante uma ligação de vídeo com o filho, senador Flávio
Bolsonaro, o ex-presidente ousou dizer: “Boa tarde, Copacabana. Boa tarde,
Brasil. Um abraço a todos. É pela nossa liberdade. Estamos juntos.” Isso mesmo.
Foi essa frase que, segundo Moraes, representa risco à democracia. A frase.
Pelo telefone.
É o tipo de decisão que não se sustenta nem num
tribunal de piadas. A prisão preventiva, segundo o Código de Processo Penal,
exige ameaça concreta: fuga, coação de testemunha, destruição de provas. Nada
disso existe aqui. Bolsonaro está em casa, com CPF ativo, endereço fixo e dando
bom dia até para porteiro. E isso virou “conduta delituosa”?
Mas a canetada vai além do ridículo. Também usaram
como “prova” um pedido de Carlos Bolsonaro para que seguidores acompanhassem
Jair nas redes sociais. Seguir no Instagram virou crime? O Brasil virou Cuba
digital?
A entrada com Nikolas Ferreira através do telefone
em comício em São Paulo foi classificada como “ataque ao STF”, é outro
ponto de vergonha. Hoje, criticar ministro virou crime inafiançável. O Supremo
virou um altar de porcelana, intocável, onde ironia vira atentado. E o povo,
bem… o povo que se cale.
Agora inventaram uma nova categoria de punição:
prisão domiciliar de conveniência. Artigo 317 do CPP? Ignorado. É só mais uma
canetada para enfiar tornozeleira, bloquear celular e calar quem pensa
diferente. Moraes virou uma espécie de síndico da República, mandando até no
que o cidadão pode ou não postar.
A prisão de Bolsonaro não é sobre justiça. É sobre
vingança. É sobre medo. É sobre matar o símbolo. Mas a verdade é uma só: não se
prende uma ideia.
E a ideia de liberdade, gostem ou não, ainda está
viva. E segue incomodando.
Blog do Gustavo Negreiros
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