O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, foi
denunciado pela Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD)
por suspeita de manipulação de resultado. A acusação envolve a obtenção
intencional de cartões amarelos durante partida contra o Santos, válida pelo
Campeonato Brasileiro de 2023, supostamente com o objetivo de beneficiar
apostadores — entre eles, o próprio irmão do jogador.
A denúncia, divulgada inicialmente pelo site UOL,
enquadra o atleta nos artigos 243 e 243-A do Código Brasileiro de Justiça
Desportiva (CBJD). O primeiro trata de “atuar deliberadamente de modo
prejudicial à equipe”, com agravante de vantagem financeira, e prevê suspensão
de 360 a 720 dias. Já o segundo aborda atitudes contrárias à ética esportiva com
a intenção de influenciar o resultado da partida, com pena de 12 a 14 jogos de
suspensão.
A primeira instância do tribunal agora irá avaliar
se acata a denúncia. Caso avance, será marcada a data do julgamento. A
Procuradoria já finalizou o relatório sobre o caso e havia até o dia 6 de
agosto para se manifestar. A possibilidade de suspensão preventiva está sob
avaliação da presidência do STJD, atualmente comandada por Luis Veríssimo.
Conversas e intermediários
Segundo a denúncia, Bruno Henrique teria informado
previamente a familiares que receberia um cartão amarelo na partida disputada
em Brasília. Conversas entre ele e o irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, foram
incluídas no processo. Em um dos trechos, o jogador afirma que seria advertido
contra o Santos, enquanto o irmão comemora o “investimento com sucesso”.
No jogo em questão, o atacante recebeu um amarelo e,
em seguida, foi expulso por reclamação. A suposta ação teria resultado em lucro
com apostas para o irmão, que também virou réu no processo por intermediar o
esquema.
Além dos dois, outras três pessoas foram
denunciadas: Claudinei Vitor Mosquete Bassan, Andryl Reis e Douglas Barcelos —
todos com registro de atletas amadores. Eles são acusados de utilizar as
informações privilegiadas repassadas por Bruno Henrique para realizar apostas
esportivas.
O caso segue em tramitação na esfera desportiva e
também é alvo de apuração no Ministério Público do Distrito Federal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário