O estilo de vida luxuoso exibido nas redes sociais
por Sandro Castro, neto do ex-líder cubano Fidel Castro, tem causado indignação
na população cubana. Com 123 mil seguidores em uma rede social, ele publica
vídeos e fotos em iates, carros importados e bares exclusivos enquanto a
maioria dos cubanos sobrevive com menos de US$ 25 por mês.
O mais recente relatório do Observatório Cubano dos
Direitos Humanos (OCDH), revelou que a pobreza extrema disparou no final de
2024, atingindo 89% da população da ilha.
Sandro, de 33 anos, é filho de Alexis Castro Soto
del Valle, um dos cinco filhos de Fidel, e cresceu no enclave de Punto Cero,
local reservado à elite do regime. Atualmente, ele é conhecido por promover
festas em Havana, onde a entrada pode custar um salário mensal dos cubanos,
além de esbanjar nas redes refeições importadas, bebidas caras e passeios em
locais privados.
As postagens, em tom jocoso, geram revolta entre os
cubanos. Em um dos vídeos, Sandro brinca com a falta de energia elétrica na
capital, usando músicas de reggaeton e fazendo comparações com a empresa
estatal de energia. Em outra publicação, ele chama a cerveja Cristal de
“remédio essencial”, enquanto grande parte do país enfrenta escassez de
alimentos, medicamentos e combustíveis.
O comportamento do influenciador tem recebido
críticas nas redes sociais e até da própria família. O tio, Alex Castro, o
chamou de “batata podre” e intelectuais alinhados ao governo também
questionaram a postura pública de Sandro. Ainda assim, o regime atual, liderado
por Miguel Díaz-Canel, não fez nenhum comentário oficial sobre os excessos do
neto de Fidel.
Apesar da origem familiar e da presença online, o
patrimônio de Sandro nunca foi divulgado oficialmente. Especialistas sugerem
que a renda venha dos negócios noturnos que administra, do uso comercial de sua
imagem nas redes e de possíveis vínculos com bens da família.
A ostentação do influenciador contrasta com os dados
econômicos recentes do país. O Produto Interno Bruto de Cuba encolheu 1,1% em
2024, acumulando cinco anos seguidos de recessão e uma queda total de quase 10%
desde 2019. A inflação segue alta, apagões duram até 20 horas por dia e
milhares de cubanos deixam o país em busca de melhores condições de vida.
Críticos afirmam que Sandro se tornou símbolo da
desigualdade entre a elite do regime e a população comum.
R7
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