Uma nova pesquisa, desta vez divulgada pela
Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), calcula que mais de
1,9 milhão de brasileiros podem perder o emprego caso o Brasil decida retaliar
os Estados Unidos com uma taxa de 50% às exportações norte-americanas. O
levantamento também mostra que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro pode
ter uma queda de 2,21% em um cenário de equiparação da barreira comercial.
O trabalho foi feito considerando a taxa de 50%
anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, às exportações de produtos do
Brasil. A taxa entra em vigor no dia 1º de agosto e um comitê formado por
integrantes do governo federal e empresários tenta derrubar a cobrança. Em meio
ao trabalho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) regulamentou a Lei da
Reciprocidade.
De acordo com o levantamento, a longo prazo o Brasil
perderia mais de R$ 7 bilhões em impostos. Ao todo, 1.934.124 trabalhadores
ficariam sem emprego no país – número semelhante à população total de Curitiba,
segundo as projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas
(IBGE).
A pesquisa da Fiemg estima que, com a perda de
empregos, o rendimento das famílias seria comprometido em R$ 36,2 bilhões. Os
setores mais prejudicados, conforme a Fiemg, são o de fabricação de outros
equipamentos de transporte, produção de ferro-gusa e ferroligas e fabricação de
produtos de madeiras.
Também haverá prejuízos às indústrias de calçados,
mineração, maquinários, metalurgia, peças e acessórios para veículos, dentre
outros setores. São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio
Grande do Sul e Santa Catarina são os estados mais impactados. Na pesquisa, a
Fiemg lembra que historicamente a balança comercial entre os dois países é
deficitária ao Brasil.
“As exportações brasileiras para os EUA aumentaram
de US$ 24 bilhões, em 2015, para US$ 40,4 bilhões em 2024. Já as importações
passaram de US$ 26,5 bilhões para US$ 40,7 bilhões no período. Apesar do
crescimento nas exportações, o Brasil manteve saldos comerciais negativos em
todos os anos analisados. O maior déficit ocorreu em 2022, de US$ 13,9 bilhões,
impulsionado por um salto expressivo nas importações”, detalha.
Milhares de empregos sob ameaça em Minas
A retaliação do Brasil às tarifas de Donald Trump,
em Minas, podem levar à redução de 262.623 empregos. Em um cenário de sobretaxa
apenas às exportações brasileiras, o impacto será de 187 mil postos de
trabalho, assegura a Fiemg. O PIB do Estado pode ter uma queda de 2,85%, em um
cenário de retaliação por parte do governo brasileiro.
No estado, o setor de siderurgia será o mais afetado,
com uma projeção de queda de 12,5% nas exportações. A mineração, que figura
entre os setores líderes de exportação, pode observar uma redução de 3,8% no
volume de negociações ao exterior.
O Tempo
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