A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN)
defende que sejam mantidas as cobranças por sonegação fiscal contra o filho
mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os débitos fiscais foram
resultado de ação da Receita Federal e estão ligados a denúncias da operação
Lava Jato.
Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, foi investigado
por ter recebido cerca de R$ 132 milhões da companhia telefônica Oi por meio de
uma de suas empresas, a Gamecorp, de 2004 a 2016, durante as administrações
petistas. Em troca, o grupo econômico teria obtido vantagens junto ao governo.
Procurada, a defesa de Lulinha diz que acredita que
as cobranças da Receita serão anuladas.
Por meio de nota, a Procuradoria da Fazenda diz que
atua no caso livre de qualquer ingerência política. “O processo judicial trata
de discussão sobre autuações fiscais, recolhimento de imposto de renda e
contribuição previdenciária”, explica a nota.
“A PGFN tem o dever legal de defender a manutenção
do auto de infração no âmbito judicial. Ao advogado do contribuinte cabe
exercer o contraditório e a ampla defesa. A situação não é excepcional. Não
cabe ao Ministério da Fazenda interferir de qualquer forma no processo”, diz a
PGFN.
Segundo a força-tarefa da Lava Jato, Lulinha teria
ocultado rendimentos e feito repasses a outras companhias sem comprovar a
prestação de serviços. Mas na esfera penal o caso foi anulado devido às
decisões em que o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou a Justiça Federal
de Curitiba o foro inadequado para a tramitação dos processos e decretou a
suspeição do ex-juiz Serio Moro, hoje senador pelo União Brasil do Paraná.
Aquelas acusações, contudo, culminaram na abertura
de seis autos de infração pela Receita Federal no valor total de mais de R$ 10
milhões. Trata-se de processos que correm fora do Judiciário, na esfera
administrativa, e por isso foram mantidos.
Parte deles mira sócios de Fábio Luis, como Fernando
Bittar, filho do ex-prefeito de Campinas Jacó Bittar e antigo dono do sítio
Santa Bárbara, em Atibaia (SP), propriedade atribuída a Lula na Lava Jato.
Estadão
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