A Lei Brasileira de Inclusão (LBI – Lei nº
13.146/2015) completou 10 anos no último dia 6 de julho e se consolidou como um
marco na defesa dos direitos das pessoas com deficiência no Brasil. Inspirada na
Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, a legislação
promoveu avanços significativos na inclusão social, especialmente no mercado de
trabalho.
Desde sua criação, a LBI ampliou o conceito de
deficiência ao considerar as barreiras enfrentadas no dia a dia, e não apenas
os aspectos físicos ou mentais. Além disso, a lei obriga empregadores a
promoverem acessibilidade, com adaptações que não representem ônus
desproporcional.
Segundo Liliane Bernardes, pesquisadora do Ipea, a
LBI vai além da Lei de Cotas, pois também tipifica como crime práticas
discriminatórias no ambiente profissional, como demissões injustificadas e
recusa de promoção baseadas na deficiência.
Lei Brasileira de Inclusão fortalece
empregabilidade
De acordo com o Ministério do Trabalho, entre 2009 e
2021, as contratações de pessoas com deficiência cresceram 78,44%. Somente em
2024, mais de 27 mil trabalhadores foram incluídos por meio de fiscalizações.
Em Minas Gerais, 60% das vagas reservadas estão
preenchidas — acima da média nacional de 57,8%. A auditora Patrícia Siqueira
destaca que, embora a fiscalização ainda seja limitada, a mudança de postura
social é fundamental. “As empresas refletem a sociedade. É preciso eliminar
mitos e adaptar os ambientes para garantir a inclusão”, afirmou.
A LBI também alterou a CLT para facilitar o acesso
de aprendizes com deficiência, removendo restrições como idade e escolaridade mínima.
Desafios e mudança cultural ainda são
necessários
Apesar dos avanços, a desigualdade ainda persiste.
Apenas 26,6% das pessoas com deficiência em idade ativa estavam empregadas em
2022, segundo o IBGE. A vice-coordenadora do MPT, Fernanda Naves, ressalta que
a principal barreira é o preconceito. “Precisamos mudar a cultura por meio de
ações afirmativas e campanhas permanentes”, afirmou.
Para especialistas, a inclusão plena exige
investimentos em acessibilidade, programas de capacitação e fiscalização eficaz
das leis. A Lei Brasileira de Inclusão representa um avanço expressivo, mas
ainda é necessário fortalecer sua aplicação para garantir igualdade de
oportunidades a todos.
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