A Federação da Agricultura, Pecuária e Pesca do Rio
Grande do Norte (Faern) manifestou “profunda preocupação com a crescente
invasão de imóveis rurais no estado”. Em uma nota assinada pelo presidente da
entidade, José Álvares Vieira, a Faern cita a invasão, no dia 14 do mês
passado, da Estação Experimental Terras Secas da Emparn por cerca de 250
famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Sindicato
dos Trabalhadores Rurais de Jandaíra. A unidade agrega os municípios de
Jandaíra, Pedro Avelino, Guamaré e Galinhos. O presidente da federação criticou
a “omissão” de autoridades e alertou para o avanço da insegurança jurídica no
Estado.
“A omissão
das autoridades competentes diante dessa situação contribui para o avanço da
insegurança jurídica e ameaça o futuro da produção rural potiguar. Em um
momento em que o setor agropecuário do RN projeta crescimento, impulsionado por
um aumento de 29,1% na área plantada — um dos maiores índices proporcionais do
país —, é inadmissível que ações ilegais comprometam o papel estratégico do
agro na recuperação da economia estadual”, diz trecho da nota.
A fazenda, que tem cerca de 1.600 hectares, pertence
oficialmente à Embrapa, mas há várias décadas está sob administração da Emparn.
A invasão, de acordo com o MST, “ocorre como reivindicação para a Reforma
Agrária no Estado e também como enfrentamento à concentração de terras”.
Segundo a nota do presidente da Faern, “a invasão
representa um grave retrocesso para todos os segmentos produtivos que dependem
das inovações geradas nessa Estação. Destaca-se, em especial, a agricultura
familiar — responsável por cerca de 80% dos estabelecimentos rurais do RN — que
tem sido diretamente beneficiada pelas tecnologias desenvolvidas para o
semiárido”.
A Faern solicita urgência na adoção de medidas por
parte dos órgãos responsáveis, a fim de preservar o que ela chama de
“patrimônio essencial ao desenvolvimento econômico e social do Rio Grande do
Norte”.
“Reafirmamos nosso compromisso com a ciência, a
inovação e o fortalecimento do setor produtivo rural, e conclamamos a sociedade
potiguar a se manter vigilante na defesa da legalidade e da produção
sustentável”, finaliza o texto da Faern.
Segundo o diretor-presidente da Emparn, Rodrigo
Maranhão, um Boletim de Ocorrência (B.O) foi registrado sobre o caso. Ainda
segundo ele, o clima no local não é de tensão entre os ocupantes e a Emparn e
já foram feitas reuniões com o grupo para se tentar chegar a uma solulção. “A
situação está sendo resolvida com base no diálogo. Não existe nenhum dano ao
patrimônio da Embrapa no momento”, acrescentou Rodrigo Maranhão.
Alexandre Lima, secretário da Sedraf, disse que a
função da pasta é mediar o conflito. “Estamos dialogando com o Incra (principal
responsável), Emparn e Sape”, disse.
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