Dados do Monitor de Secas, divulgado pela Empresa de
Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn) nesta quarta-feira (16),
apontam que 84,4% das cidades do RN apresentaram algum nível de seca. O
informativo é publicado mensalmente pela Emparn, com dados colhidos pela
Agência Nacional de Águas (ANA) e seus parceiros.
Segundo o levantamento realizado, devido à piora nos
indicadores no Rio Grande do Norte, a seca grave avançou no extremo Oeste e a
seca moderada avançou no Centro-Oeste e Oeste.
Em junho deste ano, segundo a classificação do
Monitor das Secas, as categorias mais frequentes foram Seca Moderada (34,1%) e
Seca Grave (30,5%). A Seca Fraca foi observada em 19,8% dos municípios. Além
disso, 15,6% dos municípios do estado não apresentam algum nível de seca.
Os dados não registraram casos de Seca Extrema ou
Excepcional durante este período. Foram classificados 15,6% municípios como Sem
Seca Relativa, indicando um cenário de atenção, com predomínio de secas de
intensidade moderada a grave no RN.
O levantamento está disponível para consulta e
download no site da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte
(EMPARN).
O Rio Grande do Norte enfrenta uma crise hídrica
grave, com 73 municípios em situação de emergência reconhecida pela Defesa
Civil Nacional. A escassez de água já afeta a produção agropecuária,
especialmente a pecuária de corte e leiteira, além das lavouras de milho e
feijão, causando “perdas expressivas”, segundo a Federação da Agricultura e
Pecuária do RN (Faern). A agricultura familiar também sofre com o aumento da
insegurança alimentar, agravado pela estiagem prolongada nas regiões Seridó,
Oeste e Central, onde as chuvas ficaram até 50% abaixo do esperado.
Apesar do crescimento na bacia leiteira potiguar
desde 2016, impulsionado por queijarias e frigoríficos privados, o setor pode
registrar recuos significativos nos próximos meses devido à seca. O secretário
de Agricultura do RN, Guilherme Saldanha, destaca que atividades como
carcinicultura e agricultura irrigada não serão impactadas, mas expressa
preocupação com a pecuária leiteira, ovinocultura, caprinocultura e
cana-de-açúcar. “O desafio é minimizar os efeitos na cadeia produtiva”, afirma.
Autoridades buscam estratégias para mitigar os
danos, mas a situação exige medidas urgentes diante da pior estiagem dos
últimos anos. Enquanto alguns setores resistem, outros, dependentes de chuvas,
enfrentam incertezas, pressionando ainda mais a economia e a segurança
alimentar no estado. A crise hídrica no RN reforça a necessidade de políticas
de adaptação climática e investimentos em infraestrutura hídrica.
Repasses
O Ministério da Integração e do Desenvolvimento
Regional (MIDR) aprovou, até o momento, R$ 1,7 milhão para atender municípios
nordestinos com o reconhecimento federal de situação de emergência por causa da
escassez de chuva. Apenas no Rio Grande do Norte, são 73 cidades. Já em toda a
região, são 578. O objetivo do repasse é custear ações de defesa civil nas
regiões afetadas.
O estado do Piauí é o mais afetado desde o início do
ano até agora, com 126 cidades em situação de emergência, seguido da Paraíba,
com 107; Pernambuco, 100; Bahia, 95; Rio Grande do Norte, 73; Ceará e Alagoas,
ambos com 31; Sergipe, 11, e Maranhão, 4. O Piauí já atingiu, em pouco mais de
seis meses, o mesmo número (126) de municípios com reconhecimento de situação
de emergência por causa da seca/estiagem em 2024.
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