Vaiado pela torcida no clássico Corinthians x Palmeiras, o ministro Alexandre de Moraes não perdeu a compostura. Ele humilhou a compostura. Em vez de se retirar discretamente ou, no mínimo, ignorar as críticas, partiu para o gesto obsceno. Levantou o dedo do meio para a arquibancada como se estivesse acima do bem, do mal e da Constituição.
É esse o exemplo da nossa Suprema Corte. Um ministro
que, ao ser confrontado por cidadãos comuns, reage como um adolescente
birrento. A mesma mão que assina censuras e calabouços digitais agora serve
para ofender o povo brasileiro em público, num estádio lotado, em rede
nacional. É a face nua da arrogância togada, da censura, do poder além dos
limites estabelecidos pela constituição.
Não foi só um gesto.
Foi um recado.
Alexandre de Moraes mostrou que não aceita crítica, não tolera vaia, não respeita o contraditório.
Para ele, o cidadão é súdito.
E o ministro, uma entidade inquestionável.
Que o Brasil tenha assistido calado a esse espetáculo de
prepotência diz muito do ponto a que chegamos. Não por acaso o mundo tem olhado
assustado para as atitudes de Moraes. Esse dedo foi para todos nós, para as
contestações, para o Trump, para os EUA, Bolsonaro e, principalmente, para a
constituição.
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