O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump,
visitou nesta terça-feira (1º) um polêmico centro de detenção de imigrantes
localizado nos Everglades, na Flórida. Conhecido como “Alcatraz dos Jacarés”, o
local fica em uma região pantanosa a cerca de 60 km de Miami, habitada por
jacarés, crocodilos e pítons.
A visita foi usada por Trump e seus aliados
republicanos para reforçar sua retórica sobre deportações em massa. Ele elogiou
a rápida construção do centro e ironizou o cenário ao redor. “Estamos cercados
por quilômetros de pântanos perigosos, e a única saída é a deportação”, disse o
ex-presidente durante uma mesa redonda.
O centro, construído no Aeroporto de Treinamento e
Transição Miami-Dade Collier, custará cerca de US$ 450 milhões por ano e terá
capacidade para abrigar até 5 mil pessoas. O governador da Flórida, Ron
DeSantis, informou que enviará 100 soldados da Guarda Nacional ao local, com
previsão de chegada dos primeiros detentos já nesta quarta-feira.
Protestos e ação judicial contra o
centro
Enquanto Trump defende a iniciativa como modelo para
outras regiões do país, o projeto enfrenta forte oposição. Dois grupos
ambientalistas — Amigos dos Everglades e o Centro para a Diversidade Biológica
— entraram com uma ação judicial para suspender a construção. Eles argumentam
que a instalação viola leis ambientais e ameaça espécies como a pantera da
Flórida.
Além das entidades ambientais, representantes das
tribos indígenas Miccosukee e Seminole também se manifestaram contra a
construção do centro, que fica próximo à Reserva Nacional Big Cypress, área
protegida e considerada sagrada para os povos nativos.
Apesar das críticas, Trump minimizou os impactos
ambientais e declarou que os animais dos pântanos “sobreviverão à espécie
humana”. Ele reafirmou o desejo de replicar a instalação em outros estados
norte-americanos.
Jacarés como símbolo da política
migratória
Em tom provocativo, a campanha republicana adotou os
jacarés como símbolo da operação. Imagens de répteis com bonés do Serviço de
Imigração e Alfândega foram publicadas nas redes sociais, e produtos com o tema
já são vendidos pelo Partido Republicano da Flórida.
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