A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
está entre as instituições de ensino superior com cortes relevantes no
orçamento para 2025. A queda estimada é de 11% em relação ao ano anterior,
segundo levantamento feito pela Gazeta do Povo, com base nos
programas orçamentários federais voltados à manutenção do ensino superior.
Depois de um crescimento expressivo em 2023,
impulsionado pela chamada “PEC da Transição”, os recursos voltados às
universidades federais voltaram a apresentar retração. Em 2024, o orçamento
atualizado sofreu uma queda real de 7,6%, e para 2025, a previsão inicial
indica novo recuo de 4,9%.
Apesar do aumento de previsão no papel, apenas cerca
de 70% do valor orçamentário é efetivamente executado a cada ano. Isso
compromete o funcionamento das universidades, que acumulam aproximadamente R$ 3
bilhões anuais em valores não pagos. Entre os anos de 2021 e 2025, também houve
um acréscimo de R$ 166 milhões em “Despesas de Exercícios Anteriores” — valores
liquidados com atraso.
Os recursos são destinados a despesas que vão desde
auxílio a estudantes e compra de materiais até obras, serviços de TI e
pagamento de diárias. As chamadas “Despesas Correntes” envolvem o funcionamento
cotidiano, enquanto as “Despesas de Capital” são voltadas a investimentos em
infraestrutura. Entre os cortes mais significativos, além da UFRN, estão
universidades como UniRio (menos 39%) e UFRRJ (menos 31%).
A UFRJ, maior orçamento entre as federais em 2021,
também enfrentou quedas sucessivas. Já a UFDPar, no Piauí, teve o maior aumento
percentual no período recente: 95%.
Em maio, após reunião com reitores, o governo
federal anunciou a recomposição parcial dos valores e o desbloqueio de R$ 300
milhões, além da promessa de R$ 400 milhões adicionais via remanejamento no
MEC.
Mesmo com os ajustes, a UFRN permanece no centro das
atenções por conta da redução de 11% no orçamento, o que pode impactar
diretamente a capacidade de operação da universidade nos próximos meses.
96 FM Natal
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