segunda-feira, 30 de junho de 2025

Eugenia curupira: Espécie de árvore descoberta na mata atlântica no RN 'enganou' pesquisadores por anos

 


Famoso personagem do folclore brasileiro, o Curupira é conhecido por confundir invasores da floresta e se manter sempre escondido. Foram essas algumas das características que levaram pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) a nomearem uma nova espécie de árvore encontrada na mata atlântica potiguar.

A planta permaneceu oculta à vista dos cientistas na vegetação do Olho D'água, no campus da Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ), na Grande Natal. Apesar de ser analisada há décadas, ela era confundida com outra espécie.

A agora nomeada Eugenia curupira faz parte da família Myrtaceae e era até então confundida com a Eugenia vernicosa.

A descoberta da nova espécie só aconteceu quando a árvore foi encontrada em floração. Os pesquisadores perceberam que havia diferença na forma como as flores ficavam dispostas nos ramos.

"As folhas, elas seguem um padrão oposto. Que é o que toda Myrtaceae tem, que é a família da jabuticaba, da Pitanga, da goiaba. As folhas são apostas e o calo é descamante. Então, isso fez com que ela ficasse camuflada muito tempo na vegetação, porque não se destacava aos olhos. Só a partir da sua floração e da sua frutificação, que é algo que chama muito atenção", afirmou a ecóloga Hercília Cunha.

O nome de curupira também foi escolhido devido aos padrões de cor avermelhada da florada planta, em semelhança ao cabelo vermelho descrito no Curupira das lendas.

A Eugenia curupira pertence à Mata Atlântica e ocorre na vegetação costeira arenosa conhecida como restinga e na floresta estacional semidecidual. Além do Rio Grande do Norte, a planta pode ser encontrada na Paraíba e no Ceará.

De acordo com os critérios da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), a espécie foi categorizada com o status de em perigo de extinção, devido ao baixo número de ocorrências na natureza.

"Muitas espécies estão sendo extintas antes mesmo de serem conhecidas. Então, quando a gente descreve uma nova planta que está em perigo, ela aumenta nossa preocupação e nosso potencial de proteção", afirmou a ecóloga.

 

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