O Rio Grande do Norte registrou, no mês de março, um
saldo negativo de 1.918 postos de trabalho com carteira assinada, conforme
dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged)
divulgados nesta quarta-feira (30) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
No total, foram 20.418 admissões contra 22.336 desligamentos no estado, o que
representa uma variação relativa de -0,36% no estoque de empregos formais. No
acumulado de 2025, o Rio Grande do Norte manteve um leve saldo positivo de 399
empregos formais, resultado de 63.598 admissões e 63.199 desligamentos no
primeiro trimestre do ano.
Entre os setores que mais contribuíram para a
retração de março estão a agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e
aquicultura, que perderam 2.116 postos no mês, e a indústria geral, com saldo
negativo de 605 vagas.
Apesar dos dados negativos, alguns setores
apresentaram crescimento, mas o desempenho não foi suficiente para reverter o
saldo geral. São eles: Construção (+490) e Serviços (+314). O comércio fechou
com estabilidade, com apenas 1 vaga fechada.
No recorte dos últimos 12 meses — de abril de 2024 a
março de 2025 — o estado apresenta desempenho mais robusto, com saldo acumulado
de 31.372 vagas formais. No período, foram contabilizadas 249.183 admissões e
217.811 desligamentos, o que representa uma variação positiva de 6,21% no
estoque total de empregos com carteira assinada no estado.
Março de 2025 teve o pior desempenho para o emprego
formal no Rio Grande do Norte desde o início da pandemia, em 2020, quando 3.041
vagas foram encerradas em um único mês. No mesmo período do ano passado, o saldo
havia sido positivo, com 1.545 novos postos de trabalho. Já em fevereiro deste
ano, o estado havia registrado crescimento, com 2.629 vagas criadas.
O resultado negativo de março acompanha o cenário
observado em grande parte do Nordeste, que encerrou o mês com 13.199 vagas a
menos. Apenas três estados da região apresentaram crescimento no emprego
formal: Bahia, Maranhão e Piauí. Os demais, incluindo o Rio Grande do Norte,
registraram retração.
Brasil tem saldo positivo
O Brasil encerrou o mês de março com saldo positivo de 71.576 empregos com
carteira assinada, conforme o balanço do Novo Caged. O resultado decorreu de
2.234.662 admissões e de 2.163.086 desligamentos.
Em março do ano passado, o saldo positivo foi de
244.315 empregos. Segundo o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, a
diferença pode ser explicada pelo fato de o carnaval deste ano ter caído em
março, em vez de ser em fevereiro, como normalmente ocorre.
No acumulado do ano (janeiro/2025 a março/2025), o saldo foi de 654.503
empregos, resultado de 7.138.587 admissões e 6.484.084 desligamentos.
Segundo Marinho, os resultados do Caged de março são
uma sinalização para a possibilidade de redução da taxa de juros no país.
Atualmente, a Selic, juros básicos da economia, está em 14,25% ao ano. A
próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC)
será na semana que vem.
“De repente isso deixa o povo do Banco Central
feliz, quem sabe eles possam com isso tirar o pé do freio da contenção e
liberar a economia para funcionar melhor. Está na hora de falar em parar de
aumentar a taxa Selic e falar em reduzir a taxa Selic. Essa é a mensagem do
mercado de trabalho”, disse.

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