Lula está esfarelando.
O terceiro mandato que deveria ser consagrador após
fundamental vitória contra a extrema direita, salvando a democracia de um
projeto golpista que não estava totalmente revelado em 2022, está sendo
absorvido por uma atmosfera constrangedora diante da desaprovação crescente da
população brasileira com o governo.
Nesta quarta, 2, nova rodada Quaest revela que, na
série histórica do instituto, o mau humor da população brasileira com a gestão
petista disparou sete pontos percentuais, atingindo 56% em março. A
desaprovação era de 49% em janeiro.
“O esforço de comunicação com o anúncio de novas
medidas ainda não gerou os efeitos positivos na popularidade do governo”,
afirmou Felipe Nunes, cientista político da Quaest que analisou os números.
É uma constatação corretíssima se analisarmos o
tamanho do buraco em que Lula se meteu em sua terceira gestão
federal.
Entre dezembro de 2024 e março de 2025, a vantagem
entre a aprovação e a desaprovação no Nordeste, principal reduto eleitoral do
PT, saiu de 35 pontos percentuais para apenas seis.
O potencial de estrago disso é enorme, a ponto de,
se não houver uma reação em alguns meses, o quadro começar a afetar as alianças
de palanques estaduais na eleição para governadores. É um efeito cascata que
atrapalha muito a disputa presidencial.
Lula também perdeu apoio entre as mulheres, segmento
fundamental para a eleição de 2022 quando a vitória contra
Jair Bolsonaro foi de apenas 0,9%. Neste momento, segundo a Quaest, o
presidente vê o governo ser desaprovado por 53% das mulheres, enquanto 43%
aprovam a gestão petista.
Entre os brasileiros que ganham até dois salários
mínimos a situação também está piorando. A aprovação foi de 56%
na pesquisa anterior para 52% no levantamento atual. Os que
desaprovam eram 39% agora são 45%. Lula também vê a desaprovação crescer entre
os pardos e pretos, subindo de 45% para 52%.
O levantamento como um todo revela que o quadro é
ruim. Não há Pé de Meia ou isenção no Imposto de Renda que, neste momento,
convence o eleitor brasileiro de que o governo está indo bem.
Nesta terça, 1º, o secretário de comunicação do PT,
Jilmar Tatto, afirmou em entrevista ao programa Ponto de Vista, de VEJA, que dá
tempo para mudar esse quadro e que a população só sentirá alguns efeitos de
medidas do governo no ano que vem.
Pode até ser, mas não somente a luz amarela que
acendeu. É o sinal vermelho que começa a brilhar.
Matheus Leitão - VEJA
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