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quarta-feira, 2 de abril de 2025

Matheus Leitão: O sinal vermelho acendeu para Lula

 


Lula está esfarelando.

O terceiro mandato que deveria ser consagrador após fundamental vitória contra a extrema direita, salvando a democracia de um projeto golpista que não estava totalmente revelado em 2022, está sendo absorvido por uma atmosfera constrangedora diante da desaprovação crescente da população brasileira com o governo. 

Nesta quarta, 2, nova rodada Quaest revela que, na série histórica do instituto, o mau humor da população brasileira com a gestão petista disparou sete pontos percentuais, atingindo 56% em março. A desaprovação era de 49% em janeiro. 

“O esforço de comunicação com o anúncio de novas medidas ainda não gerou os efeitos positivos na popularidade do governo”, afirmou Felipe Nunes, cientista político da Quaest que analisou os números.

É uma constatação corretíssima se analisarmos o tamanho do buraco em que Lula se meteu em sua terceira gestão federal.

Entre dezembro de 2024 e março de 2025, a vantagem entre a aprovação e a desaprovação no Nordeste, principal reduto eleitoral do PT, saiu de 35 pontos percentuais para apenas seis. 

O potencial de estrago disso é enorme, a ponto de, se não houver uma reação em alguns meses, o quadro começar a afetar as alianças de palanques estaduais na eleição para governadores. É um efeito cascata que atrapalha muito a disputa presidencial.

Lula também perdeu apoio entre as mulheres, segmento fundamental para a eleição de 2022 quando a vitória contra Jair Bolsonaro foi de apenas 0,9%. Neste momento, segundo a Quaest, o presidente vê o governo ser desaprovado por 53% das mulheres, enquanto 43% aprovam a gestão petista.

Entre os brasileiros que ganham até dois salários mínimos a situação também está piorando. A aprovação foi de 56% na pesquisa anterior para 52% no levantamento atual. Os que desaprovam eram 39% agora são 45%. Lula também vê a desaprovação crescer entre os pardos e pretos, subindo de 45% para 52%.

O levantamento como um todo revela que o quadro é ruim. Não há Pé de Meia ou isenção no Imposto de Renda que, neste momento, convence o eleitor brasileiro de que o governo está indo bem. 

Nesta terça, 1º, o secretário de comunicação do PT, Jilmar Tatto, afirmou em entrevista ao programa Ponto de Vista, de VEJA, que dá tempo para mudar esse quadro e que a população só sentirá alguns efeitos de medidas do governo no ano que vem.

Pode até ser, mas não somente a luz amarela que acendeu. É o sinal vermelho que começa a brilhar.

Matheus Leitão - VEJA

 

 

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