O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi,
admitiu ter conhecimento de denúncias pontuais sobre fraudes nos descontos dos
benefícios de pensão e aposentadoria do INSS (Instituto Nacional do Seguro
Social) nesta terça-feira, 29.
Segundo Lupi, porém, “nunca se teve uma formação de
quadrilha” para “criar umas instituições e roubar dinheiro do aposentado”.
“Porque nós não tínhamos a noção exata de tantas
coisas erradas que estão aparecendo. Isso começou… a gente ter esclarecimento
agora no nosso governo. Isso já vem de muitos antes. Lembra que tinha aquele
caso da Gerogina, do Rio de Janeiro… Sempre apareceram casos isolados de roubos
grandes, nunca se teve uma formação de quadrilha, que na verdade isso é uma
formação de quadrilha. Grupos que se voltaram para criar umas instituições e
para roubar dinheiro do aposentado. Isso é chocante pra mim.
Eu praticamente fui surpreendido com o volume disso.
Eu sabia que tinha uma denúncia aqui, outra acolá. A gente sempre soube, não
vamos fingir… o 135 denunciava isso, a gente recebia queixa, a própria
plataforma do INSS aparecia com algumas pessoas denunciando. Agora nesse quantitativo,
com uma organização, com uma quadrilha verdadeira, eu tomei conhecimento agora
e isso não pode continuar”, afirmou a jornalistas, após ser ouvido na Comissão
de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara
dos Deputados.
As supostas fraudes estão sendo investigadas pela
Polícia Federal e a Controladoria-Gera da União (CGU), cujas apurações indicam
descontos na ordem de R$ 6,3 bilhões em benefícios previdenciários entre 2019 e
2024.
Lupi sabia de tudo?
Como mostramos, o ministro da Previdência Social foi
alertado sobre o aumento das denúncias de fraude nos descontos dos benefícios
de pensão e aposentadoria do INSS em junho de 2023, mas levou quase um ano para
tomar providências.
As informações constam de atas de reuniões do
Conselho Nacional de Previdência Social reveladas na noite de sábado, 26, pelo
Jornal Nacional.
Durante uma reunião do conselho, em 12 de junho de
2023, a conselheira Tonia Galleti trouxe o tema das fraudes à pauta, pedindo a
inclusão de um debate sobre os Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) das
entidades que realizam descontos no INSS.
O pedido foi negado por Lupi, que alegou a
necessidade de um levantamento mais detalhado. Mesmo após o alerta, o assunto
só foi discutido em abril de 2024, após a intervenção de órgãos como a CGU e a
Polícia Federal.
O Antagonista

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