O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 79
anos, não conseguiu estancar a piora nas taxas de aprovação do seu governo e em
outros indicadores. Quase tudo ficou um pouco pior de janeiro para março,
embora as oscilações estejam dentro da margem de erro da pesquisa, de 2 pontos
percentuais, para mais ou para menos.
O levantamento do PoderData foi realizado de 15 a 17
de março. Mostra que o governo é desaprovado hoje por 53% dos eleitores. A taxa
oscilou para cima em 2 pontos percentuais em 2 meses. No mesmo período, a
aprovação variou de 42% para 41%.
A Secom (Secretaria de Comunicação) do Palácio do
Planalto tem dito em conversas reservadas que a queda da aprovação teria sido
estancada. Pelos resultados do PoderData, isso ainda não fica claro. Nos
últimos 2 meses, sob orientação do marqueteiro Sidônio Palmeira, novo ministro
chefe da Secom, Lula tem tentado ser mais espontâneo em seus discursos.
Com a desaprovação em alta há alguns meses, como
mostram as curvas do gráfico acima, Lula no final de 2024 havia atribuído a
baixa do índice à falta de comunicação do governo. Demitiu o então chefe da
Secom, Paulo Pimenta. O novo titular, Sidônio Palmeira reformulou a estratégia
e decidiu que seria bom o presidente falar mais.
A ideia é que o próprio Lula pudesse divulgar o que
considera realizações do governo. Como este Poder360 mostrou, o método não foi
eficaz. O presidente acabou cometendo mais gafes, com frases em alguns casos
consideradas preconceituosas. Apesar disso, a avaliação do Planalto é que o
prejuízo com as controvérsias é compensado pelos resultados positivos da
exposição de Lula.
O que os resultados desta pesquisa indicam é que,
diferentemente do que pensa o Planalto, as derrapadas verbais de Lula ainda
pesam na avaliação que o eleitorado faz do governo e do próprio presidente. Os
percentuais nos recortes demográficos do levantamento indicam que o presidente
tem perdido apoio, em especial, em grupos afetados por suas falas ambíguas e
controversas.
Ao falar sobre a alta nos preços dos alimentos, Lula
declarou que uma forma de frear a carestia seria a população deixar de comprar
o que está caro. Eleito com apoio da população mais pobre, o petista tem
perdido apoio neste estrato.
Recentemente, afirmou que pôs uma “mulher bonita” na
articulação política e chamou o líder do Governo na Câmara de “cabeçudão do
Ceará“. A avaliação positiva do trabalho pessoal do presidente entre as
mulheres despencou de 45%, em janeiro de 2023, para 21% agora. No Nordeste,
considerado reduto eleitoral histórico do petista, o gap entre os que apoiam e
rejeitam o presidente, que era de 20 pontos percentuais em 2023, caiu para 4
pontos percentuais nesta rodada.
Poder 360
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