A escalada da alta de preços em curso em todo o
Brasil, sobretudo de produtos da cesta básica, passa a ser uma preocupação a mais
para os consumidores do Rio Grande do Norte, com a entrada em vigor, na
quinta-feira (20), do aumento da cobrança de ICMS de 18% para 20%, conforme lei
aprovada em 19 de dezembro de 2024 na Assembleia Legislativa.
O deputado estadual Nelter Queiroz (PSDB) apelou ao
governo Fátima Bezerra (PT) suspender a implantação da lei que reajusta a
alíquota de ICMS em 2%, alegando que “nos quatro cantos do País a população
está sentindo a alta dos preços dos alimentos da cesta básica”. “Já está
faltando comida na mesa do nosso povo mais pobre. Vejo outros estados
brasileiros tomando providências de zerar os impostos do ICMS de produtos da
cesta básica, por isso faço esse apelo ao governo”, afirmou o deputado.
Nelter Queiroz citou que estados como Piauí e São
Paulo reduziram impostos de alguns itens: “Faço um apelo à governadora, pois
esta Casa aprovou o aumento da alíquota de ICMS para 20% e eu votei contra,
pois os alimentos hoje estão num preço fora do comum”.
Queiroz alertou que ao vigorar o novo ICMS, os
potiguares poderão ter aumento nos produtos da cesta básica, depois de aponta
em plenário que “uma bandeja de ovos que custava R$ 15,00 hoje está custando em
torno de R$ 28,00 reais e como, por exemplo, o café que era em torno de R$
36,00, agora está em torno de R$ 67,00”.
“Essa é uma pauta nacional e com novo reajuste da
alíquota, ficará ainda mais difícil, por isso peço ao governo para suspender o
aumento da lei que ela (Fátima Bezerra) enviou a esta Casa”, completou Queiroz.
Para o deputado estadual Coronel Azevedo (PL), o
aumento do imposto entra em vigor, “infelizmente. penalizando quem produz, quem
trabalha e quem luta para sustentar a sua família”.
Coronel Azevedo trata o reajuste da alíquota de ICMS
como “presente de grego” para os consumidores do Rio Grande do Norte,
principalmente aqueles de baixa renda, pois passa a valer, justamente, um dia
depois da vinda ao Estado do presidente da República, que entrega, na manhã
desta quarta-feira (10), a barragem Oiticica, em Jucurutu, na região do Seridó.
“Enquanto Lula tenta pousar de benfeitor com obra
que não fez, sua representante aqui do Estado do Rio Grande do Norte pune o
povo potiguar com mais impostos, contribuindo com o aumento da inflação e com a
redução do poder de compra da família norte-riograndense”, criticou Azevedo.
A cobrança de imposto de 20% sobre produtos
comercializados e serviços prestados no Estado, começa neste dia 20 com o fim
da chamada “noventena”, prazo determinado para que os entes cobrem o tributo
somente depois de decorridos 90 dias da publicação da lei que instituiu ou
aumentou impostos.
O artigo 4º da lei nº 11.999, que reajustou a
alíquota do ICMS, determina a entrada em em vigor na data de sua publicação,
mas “produzindo efeitos 90 dias após a data da publicação no “Diário Oficial do
Estado”, o que ocorreu em 20 de dezembro de 2024.
Na ocasião, o governo estadual defendia, na época,
que o aumento do ICMS era necessário para “evitar perdas substanciais na
arrecadação do Rio Grande do Norte em razão de a Reforma Tributária
estabelecer, como parâmetro para o rateio da arrecadação do novo imposto sobre
o consumo, a receita média de cada ente federativo no período de 2019 a 2026,
rateio que perdurará por 49 anos.
A matéria terminou sendo aprovada na Assembleia por
12 votos a favor e 10 contra.
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