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quinta-feira, 20 de março de 2025

“Da costela de Adão ao induzir da serpente”: O alarmante crescimento de mulheres envolvidas em crimes no RN

 

Há dez anos, quando se ouvia falar em crimes praticados por mulheres no Estado do Rio Grande do Norte, logo despertava na população a lembrança de uma lenda viva que naquele tempo era motivo de comentários e sussurros, uma assassina que teve o sangue frio de tirar a vida de cinco companheiros. Maria Nazaré Félix, que na época tinha 62 anos, nunca negou os homicídios atribuídos a ela, pelo contrário, argumentava e ainda contava detalhes para as autoridades policiais e para a imprensa. Quase não se tinha notícias aparentes de mulheres envolvidas em crimes como o de Maria José, no entanto, naquela década, já existia uma população carcerária feminina no Estado que era de aproximadamente 100 presas, condenadas por atos delituosos diversos, como furto, roubo e tráfico de drogas.

O tempo passou e esta realidade também, em 12 anos os números subiram assustadoramente, de acordo com o relatório do departamento penitenciário nacional, no RN já existiam quase 400 presas no regime fechado nas quatro unidades, sendo em Parnamirim, Mossoró, Caicó e João Chaves em Natal. De acordo com o sociólogo e pesquisador do comportamento humano na esfera criminal, Rodolfo Fuentes, mesmo com o aumento desses números em tão pouco tempo, a realidade dessas mulheres é fruto do meio violento em que elas são inseridas. “Algumas são submetidas a situações que as levam a cometer atos criminosos”, disse o especialista.

O portalBO conversou com a presidente do Sindicato dos Policiais Penais do RN, Vilma Batista, a policial destacou que a grande maioria, cerca de 68% das mulheres presas cumpre pena por tráfico de drogas, seguido de roubo e o crime de homicídio. “O que chama a atenção é que muitas delas foram induzidas pelos companheiros a serem inseridas no tráfico de maneira direta. Algumas que cumprem pena até hoje arrependidas porque foram flagradas tentando entrar nas unidades prisionais em dias de visitas com entorpecentes escondidos”, disse. Essas prisões caíram consideravelmente devido aos novos critérios de fiscalização por causa da diminuição dos dias de visitas sociais, que ocorre uma vez por semana. Visita íntima não ocorre mais nos presídios do RN.

É notório e claro esse fenômeno da relação mais íntima da droga com a mulher, no diz respeito ao comércio, comumente estamos testemunhando notícias de mandatárias do tráfico em comunidades do Rio de Janeiro, São Paulo e em outros Estados. Isso mostra que, o poder quando o assunto é o crime, não tem gênero, ainda mais quando o avanço das organizações criminosas em todo o país se mostra em uma velocidade capaz de desafiar a ordem e a lei. As facções confeccionam estatutos, regras paralelas onde uma vez dominante em um territórios, dificilmente se rendem, aliás, debocham do Estado com batom encarnado, recheadas de grifes e coroadas pelos seus súditos responsáveis pela blindagem de seus reinos.

Por: O Equilibrista

 

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