Atual e ex-presidentes do PT, Humberto Costa e
Gleisi Hoffmann fizeram ontem duas reuniões em separado com Edinho Silva,
candidato de Lula para comandar a legenda nos próximos anos e aproveitaram para
lavar a roupa suja. Segundo interlocutores dos envolvidos, Edinho ouviu de
Gleisi sobre a insatisfação dela em como ele conduziu o início da campanha para
assumir a presidência do PT e sobre a resistência dele em presidir com nomes da
atual direção.
Gleisi criticou, por exemplo, as suspeitas
divulgadas pela imprensa de como a atual direção usa o fundo partidário e
eleitoral. A ministra, inclusive, rebate críticas alegando dar transparência
aos recursos do fundo no portal do TSE. À colunista Bela Megale, Gleisi
defendeu Gleide Andrade, tesoureira do PT, alegando se tratar de "ataques
misóginos cobertos por um anonimato covarde".
Gleide virou alvo de uma ala do partido após a
reunião da última quinta-feira entre Lula e membros da CNB, corrente
majoritária do PT. Levado para uma agenda de conciliação, Lula acabou assistindo
a uma fritura de Edinho, seu candidato favorito. Como Gleide estava entre os
participantes da reunião, aliados de Edinho viram o movimento como uma
estratégia da atual direção para manter o controle dos recursos do PT, o que
foi rechaçado por Gleisi Hoffmann.
Apesar da lavação de roupa suja ontem,
interlocutores dos envolvidos nas duas reuniões, viram avanço nas duas
conversas e não descartam uma composição em torno da candidatura de Edinho
Silva.
Lauro Jardim - O Globo
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