Primeiro
representante do Movimento Brasil Livre (MBL) eleito para a
Câmara Municipal de Natal (CNM), o vereador Matheus Faustino (União
Brasil) foi hostilizado por militantes de partidos de esquerda na abertura dos
trabalhos legislativos da Casa ao fim da sessão de terça-feira (18), ocasião em
que o prefeito Paulinho Freire, também filiado ao partido União Brasil,
proferiu a leitura de sua primeira mensagem anual diante dos 29 vereadores.
“A democracia deles é hostilizar quem pensa
diferente, chamando de fascista quem sabe contra-argumentar. É um absurdo que,
em um dia tão importante — na sessão que abre os trabalhos legislativos —, algo
assim aconteça”, lamentou Matheus Faustino, chamado de “fascista” por uma
mulher que apontou o dedo “maior de todos” contra o rosto dele na galeria em
frente ao Plenário Érico Hackradt.
Matheus Faustino alertou que “isso já indica o tom
das discussões na Câmara. Mas eles podem ter certeza de uma coisa: eu não vou
recuar, e agora eles têm um enfrentamento dentro da Casa.”
Atrás da militante posicionada por trás da vidraça
que separa a galeria do plenário, estava o vereador Daniel Valença (PT), que
apenas observou o incidente, deu uma olhada e nada fez para afastar a mulher
que “estirou” o dedo contra Matheus Faustino.
Perante os 29 vereadores que representam 14 partidos
de diversas matizes políticas e ideológicas na Casa, Paulinho Freire também
deixou transparecer que está aberto a conversar com a situação e oposição
durante o processo de gestão do Município: “Minhas trajetórias política e
pessoal são marcadas pelo caminho do diálogo. E assumo o compromisso de que
pelos próximos quatro anos, isto se manterá”.
Freire reforçou “a importância do diálogo para que
todos possam trabalhar por nossa cidade e povo, é o que, acredito, motiva todos
nós a estarmos aqui”.
“O Palácio Felipe Camarão está aberto, seja para
aqueles que apoiam nossa gestão e que contribuíram para estarmos hoje aqui, ou
para aqueles que estão no papel garantido pela nossa democracia e por nossa
constituição, de oposição. Vamos dialogar pelo bem de nossa cidade”.
O incidente já é um preâmbulo do acirramento e
animosidade política que pode ocorrer entre a esquerda e o ativista do MBL
durante o debate de projetos de leis e outras matérias na Câmara, apesar de
que, logo no início da sessão de abertura do ano legislativo, o presidente de sua
mesa diretora, vereador Ériko Jácome (PP) tenha chamado atenção para a
necessidade da convivência harmônica entre os vereadores.
“Mais do que nunca precisamos de um dia diálogo e
união nessa Casa, independente de posicionamento político”, declarou Jácome,
que completou: “O que nos une aqui é o compromisso com a nossa cidade, vamos
trabalhar juntos – Executivo e Legislativo – buscando soluções e ouvindo a
população e o prefeito Paulinho Freire”.
Tribuna do Norte
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