Trabalhadores por conta
própria gastam mais tempo na atividade profissional do que empregados e
patrões. Enquanto a média de horas trabalhadas semanalmente no país é de 39,1,
quem atua por conta própria passa 45,3 horas no ofício.
Os dados são referentes ao
quarto trimestre de 2024 e fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (14) pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O IBGE classifica como
trabalhador por conta própria “a pessoa que trabalha explorando o seu próprio
empreendimento, sozinha ou com sócio, sem ter empregado e contando, ou não, com
ajuda de trabalhador não remunerado de membro da unidade domiciliar em que reside”.
O levantamento aponta que
os empregados são a segunda categoria que mais passa horas nas atividades, 39,6
por semana. Em seguida figuram os empregadores, com 37,5 horas. O grupo
identificado pelo IBGE como trabalhador familiar auxiliar aparece em seguida
com 28 horas semanais.
O trabalhador familiar
auxiliar é a pessoa que ajuda a atividade econômica de um parente, por exemplo,
em horta da família, mas sem qualquer remuneração. “Atividades mais
esporádicas, sazonais e, de fato, sem uma característica de semana de trabalho
dentro daquilo que a gente normalmente vai ver em outras atividades como
comércio, indústria ou serviços”, explica a coordenadora da Pnad, Adriana
Beringuy.
De acordo com o IBGE, a
população ocupada no último trimestre de 2024 era de 103,8 milhões de pessoas.
Neste universo, os
empregados eram 69,5%, o que inclui os empregados domésticos. Os trabalhadores
por conta própria representavam 25,1%; enquanto os empregadores, 4,2%. Os
trabalhadores familiares auxiliares respondiam apenas por 1,3% da população
ocupada.
Trabalha mais, ganha menos
Apesar de passarem mais horas trabalhando, o profissional por conta própria é o
tipo de ocupação que recebe o menor rendimento.
Enquanto o rendimento
médio mensal do brasileiro ficou em R$ 3.215 no último trimestre de 2024, o
ganho do trabalhador por conta própria ficou em R$ 2.682. Já o empregado teve
salário de R$ 3.105. O topo da lista ficou com o empregador, R$ 8.240.
Mais horas trabalhadas
Os trabalhadores por conta própria em São Paulo são os que mais passam tempo
nas atividades, em média 46,9 horas semanais. Em seguida figuram os do Rio
Grande do Sul (46,5) e os do Ceará (46,2).
Entre os empregados,
novamente os de São Paulo lideram o ranking de horas trabalhadas semanalmente
(40,7). Em seguida aparecem os de Santa Catarina (40,6) e Mato Grosso (40,5).
Já entre os empregadores,
as maiores cargas de trabalho semanal são de Santa Catarina, com 40,4 horas, e
Rio Grande do Sul, com 40,2 horas. São Paulo é o sexto, com 38,7 horas
semanais.
Em se tratando de
trabalhador familiar auxiliar, os de Santa Catarina passam em média 41,6 horas
semanais em atividades, tempo 48% maior que a média do país.
Emprego no país
A pesquisa do IBGE apura o comportamento no mercado de trabalho para pessoas
com 14 anos ou mais e leva em conta todas as formas de ocupação, seja emprego
com ou sem carteira assinada, temporário e por conta própria, por exemplo. São
visitados 211 mil domicílios em todos os estados e no Distrito Federal.
A pesquisa divulgada na
sexta-feira revela, entre outros dados, que o desemprego no país no quarto
trimestre foi o menor já registrado na série histórica em 14 estados.
Em oito estados e no
Distrito Federal, o salário médio do trabalhador ficou acima da média do
Brasil.
Já o desemprego e a
informalidade estão mais presentes na vida de pessoas pretas e pardas do que
das brancas.
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