O preço dos combustíveis em Natal vem subindo desde
29 de janeiro, antes mesmo da entrada em vigor do reajuste promovido pelo
Governo Federal, que elevou o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços (ICMS) sobre gasolina e diesel no sábado (1º de fevereiro). A TRIBUNA
DO NORTE acompanha a variação dos preços nas bombas desde a primeira alta
registrada na semana passada, quando a gasolina chegou a R$ 6,89 e o diesel a
R$ 6,59. Nesta segunda-feira (3), os valores permaneciam inalterados em postos
das zonas Sul e Leste da capital, mas, segundo o Sindipostos, novos reajustes
ainda podem ocorrer.
De acordo com Maxwell Flor, presidente do
Sindipostos/RN, o aumento observado na última quarta-feira (29) foi decorrente
de repasses que vinham sendo feitos anteriormente pelas distribuidoras. A
manutenção dos preços até agora se daria em razão dos estoques feitos pelos
revendedores dos produtos comprados na semana passada. Com isso, existe a
possibilidade de que o reajuste do Governo Federal (que elevou o preço da
gasolina em R$ 0,10 por litro, o que representa alta de 7%, e do diesel em R$
0,06 – reajuste de 5%) ainda seja repassado ao consumidor final.
“Durante o
final de semana, quando passou a valer a alta do ICMS, os revendedores não
fazem compras, então, o combustível que chega ao consumidor agora é o que está
em estoque desde antes de sábado. Estamos no escuro, digamos assim, porque a
gente vai saber o impacto na planilha dos revendedores à medida que o estoque
for renovado, mas a gente não descarta que um novo aumento aconteça”, destaca
Maxwell Flor.
Ainda segundo ele, o cenário é difícil de prever,
porque concomitantemente às elevações, a Refinaria Clara Camarão, no Rio Grande
do Norte, anunciou uma redução de preços também na semana passada.
De acordo com a companhia, o preço do litro da
gasolina tipo A reduziu em R$ 0,05, enquanto o diesel S-500 ficou R$ 0,08 mais
barato. “Acredito que esse fator, aliado a outros, como a queda no valor do
barril do petróleo e do dólar, pode representar uma virada de chave. Então, é
possível que, assim, o consumidor não precise sofrer com um novo reajuste”,
comenta Flor.
A reportagem percorreu, nesta segunda, as avenidas
Prudente de Morais e Roberto Freire, na capital. Em todos os postos, o litro da
gasolina comum custava R$ 6,89. Já o preço do diesel oscilava entre R$ 6,33 e
R$ 6,59.
Os valores são os mesmos constados pela reportagem
no sábado (1º). Naquele dia, a gasolina oscilava entre R$ 6,63 e R$ 6,89,
preços já registrados antes, na quarta-feira (29), e que, conforme consumidores
ouvidos, representavam uma elevação de até R$ 1,00 em relação ao preço praticado
até à véspera. Diante do cenário, os motoristas reclamam da disparada de preços
e torcem pelo fim dos aumentos.
“Eu tento fazer alguma economia controlando o uso do
veículo, mas é difícil. Meu carro é flex, então, durante metade do mês abasteço
com álcool e na outra metade, com gasolina. Outra opção é andar de transporte
por aplicativo”, relata a executiva de contas Jaqueline Trindade. Já Ilka
Azevedo, 47, diz que prefere manter o carro dela – que também é flex –
abastecido apenas com gasolina. “Além de deixar o veículo com menos autonomia
[no caso do álcool], a diferença de preços é pouca. O jeito é encarar esse
aumento, porque não há diferença [de preços[ nem entre um posto e outro”, diz.
O motorista de transporte por aplicativo Walisson
Lopes afirma que sofre ainda mais os impactos, já que usa o veículo com muita
frequência. “E não vejo saída para gastar menos. Já pensei em converter o carro
para GNV [Gás Natural Veicular], mas colegas me disseram que não vale tanto a
pena. A situação é difícil e absurda. O jeito é colocar a mão no bolso mesmo”,
reclama.
Tribuna do Norte
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