O ex-senador e ex-presidente da Petrobras Jean
Paul Prates criticou nesta segunda-feira (24) as recentes
movimentações em torno do lançamento da pré-candidatura do secretário
estadual de Fazenda, Cadu Xavier, ao Governo do Rio Grande do Norte em 2026.
Segundo Jean, a possível candidatura de Cadu à sucessão da governadora Fátima
Bezerra não foi discutida internamente no PT.
“Essas coisas têm que ser decididas – num partido
democrático como se supõe ser o PT – com as bases, com as pessoas discutindo.
Eu me surpreendi. Viajei uma semana, voltei e tem um candidato do governo. Eu
adoro Cadu. É botafoguense que nem eu. A gente é companheiro, é chapa, a gente
fala, conversa. Mas eu não entendi qual foi a intenção do ‘entourage’ ali. Não
sei de quem, dos estrategistas, sei lá de onde, porque não são do PT. Eu não
soube de nenhuma reunião do PT que tenha decidido pela candidatura de uma
pessoa do PT”, afirmou Cadu, em entrevista à rádio Cidade.
Nos últimos dias, Cadu
passou a se apresentar como pré-candidato a governador e tem participado de
agendas ao lado de Fátima Bezerra. Ele também passou a ter o nome
defendido por nomes relevantes do partido, como os deputados estaduais
Divaneide Basílio, Francisco do PT e Isolda Dantas.
O ex-senador criticou o que chamou de
“caciquismo” dentro do PT, em referência à tomada de decisões no partido
sem discussão interna. Ele lembrou das eleições de 2022, quando o PT decidiu
apoiar o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo na disputa ao Senado. Na época,
Jean era senador e foi impedido de disputar a reeleição. Segundo ele, a decisão
foi uma imposição de Fátima e seu grupo.
“Em tese, haveria a possibilidade, e praticamente
uma regra consuetudinária do PT, que quem está no seu cargo e está exercendo
bem o cargo tivesse o direito de disputá-lo. Mas houve um entendimento de
trazer o Carlos Eduardo para a chapa de Fátima – mesmo que soasse completamente
estapafúrdio, porque ele tinha acabado de ser candidato contra ela, e com
debates bastante acalorados e declarações bastante ruins sobre o Partido dos
Trabalhadores, e apoiado Bolsonaro – para simplesmente a eleição ficar mais
fácil”, afirmou Jean Paul.
Sobre 2026, Jean Paul Prates pediu ainda “respeito”
a dois aliados do PT: o vice-governador Walter Alves (MDB) e
o deputado estadual Ezequiel Ferreira (PSDB), presidente da
Assembleia Legislativa. Os dois são normalmente citados como possíveis
sucessores de Fátima Bezerra, especialmente Walter, que pode assumir o governo
em abril de 2026, caso a governadora renuncie para ficar apta a disputar o
Senado.
“Isso tem que ser discutido, principalmente pelo
respeito que se tem que ter aos aliados, que foram aliados até agora, mesmo nas
maiores dificuldades, Walter Alves e Ezequiel Ferreira, e que são nada menos do
que vice-governador e presidente da Assembleia, respectivamente. Será que eles
acharam legal isso, lançar um candidato do nada assim, fazer esse balão de
ensaio?”, questionou.
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