O preço do ovo disparou nos últimos meses, chegando
a até R$ 30 a bandeja, mais que o dobro do valor registrado há dois meses.
Segundo o presidente da Associação de Supermercados do Rio Grande do
Norte, Gilvan Mikelyson, a alta tem várias causas, incluindo a aproximação da
Quaresma.
“A gente tem, assim, notoriedade por produtos. Agora
o ovo está na crista da onda. São vários fatores que contribuem para essa
alavancada no preço do ovo ao consumidor. A proximidade da Quaresma, a gente
tem aí já uma tendência de aumento de consumo. Isso é um ciclo anual”, explicou
Mikelyson. Com a tradição católica de reduzir o consumo de carne, a demanda por
ovos cresce e os produtores reajustam os preços.
Outro fator que pressiona os preços é a exportação.
Em janeiro, o Brasil exportou mais de 220 toneladas de ovos para os Estados
Unidos, que enfrentam escassez devido a um surto de gripe aviária. “O preço que
o mercado exterior está pagando aqui no Brasil é muito maior e é em dólar”,
acrescentou. A alta do dólar também estimula os produtores a venderem para fora
do país.
As condições climáticas também impactam a
oferta. “As altas temperaturas fazem com que as galinhas produzam menos”,
afirmou Mikelyson. Segundo ele, os grandes produtores controlam a temperatura
das granjas para minimizar perdas, mas a produção ainda sofre impacto.
A tendência é que os preços permaneçam elevados até
o fim da Quaresma. “Acredito que não deve aumentar muito mais, mas também não
deve baixar tão rapidamente. Passado esse ciclo, o mercado se estabiliza e a
oferta aumenta”, afirmou o presidente da Associação de Supermercados do RN.
A alta nos preços também atinge outros produtos,
como café, carne e laranja, impulsionada pela exportação e custos de produção.
“O Brasil é o maior exportador de suco de laranja do mundo, e isso impacta os
preços internos”, explicou Mikelyson. No caso do café, há a possibilidade de
que o pacote de 250 gramas possa chegar a custar R$ 25 até maio. “A gente
recebeu, não quero assombrar ninguém, mas a informação que a gente tem é que
pode sim, em maio, o café chegar a custar R$ 25”.
Diante dos aumentos, consumidores têm buscado
alternativas para economizar, como aproveitar ofertas e reduzir o volume de
compras. “Temos enxergado queda no volume, apesar do aumento nos preços”, disse
Mikelyson. Para ele, a alta no valor dos alimentos pode levar a uma “ruptura de
consumo” caso os preços continuem subindo.
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