Uma mulher perdeu o bebê, uma menina, aos sete meses
de gestação. Karolaine Soares denuncia negligência médica no atendimento na
Maternidade Divino Amor, em Parnamirim. O caso aconteceu na semana passada, mas
a operadora de caixa fez uma denúncia em entrevista à TV Tropical nesta
terça-feira (25).
Ela mora no bairro Parque Industrial e conseguiu a
unidade de saúde da localidade após sentir dores enquanto trabalhava, na
segunda-feira da semana passada, dia 17. Segundo o relato, no posto de saúde,
ela foi orientada a procurar a maternidade para realizar uma ultrassonografia
de urgência.
Foi aí que os problemas surgiram. "No posto, o
máximo que conseguiu foi ouvir o coração dela e ela ainda estava com vida. Os
quartos eram normais. A médica mandou procurar a maternidade para fazer o ultra
e saber se estava tudo bem. Só me aconselharam. Assim, eu fiz. Saí de lá, fui
para a maternidade. Quando fui atendido, eu pedi a ultra de urgência para a
médica. Mas ela disse que não seria possível realizar, apenas faria um
toque", contou a mulher.
Karolaine disse ainda que não estava sangrando no
momento em que procurou o atendimento. No entanto, tudo mudou depois do exame
realizado pela médica. "Eu não estava sangrando, não estava perdendo
líquido nem a bolsa tinha estourado. Eu pedi pela segunda vez e ela não quis
dar a ultra. Ela fez o toque. Logo após o toque, eu comecei a sangrar.
Perguntei se era normal, ela disse que era, que apenas iria me dar Dipirona na
veia e pediu para eu realizar um exame de urina e de sangue", acrescentou.
Também houve problemas no exame solicitado pela
médica. Além disso, ela foi orientada a ir para casa mesmo com o sangue.
"Quando eu cheguei no laboratório, eles não aceitaram o exame de urina
porque eu estava sangrando. Eu retornei para a médica, já era outra, ela me
liberou para casa. Eu perguntei novamente se era normal. Ela disse que era.
Pediu para eu ir para casa, esperar o sangramento passar para eu voltar no outro
dia com a coleta de urina", detalhou.
"Vim para casa, continuei com dor, com a
barriga contraída e eu não senti minha filha confusa. Quando eu fui na
segunda-feira, ela escutou o coração da minha filha. Ela ainda estava viva. Eu
fui na terça-feira, entreguei a urina mesmo com sangue e eles me disseram que
eram 2h30 para entregar o resultado", disse.
A situação contínua delicada e caminha para o pior.
"Voltei para a casa da minha mãe. Quando cheguei em casa, o sangue não
controlou mais. Eu comecei a sangrar muito. Meu pai me socorreu. quando cheguei
lá, que fui para a cesária de urgência, minha filha já estava sem vida",
falou bastante emocionada.
Agora, Karol e sua família se perguntam por que a
médica não solicita ultra de urgência. Para eles, a realização do exame talvez
tenha mostrado o problema e feito a diferença no final da história. "Eu
perdi minha filha. No laudo acusou que a causa da morte foi descolamento
prematuro de placenta. Se ela tivesse feito uma ultra, ela teria visto que eu
estava com a placenta descolada", encerrou.
A Prefeitura de Parnamirim, que administra o
hospital, se pronunciou por meio de nota. Confira o texto na íntegra:
De acordo com o prontuário, o paciente
chegou ao HMDA por volta das 14h. Foram solicitados exames para a verificação
do estado da mãe e do bebê, mas a paciente não quis aguardar, e foi embora por
volta das 17h. Isso ocorreu na segunda última segunda (17).
No dia seguinte um paciente retornou com
sangramento e foi encaminhada imediatamente para o centro cirúrgico, porém o
bebê já teve óbito por motivo de descolamento de placenta.
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