A crise na saúde pública de Parnamirim foi
tema central na 8ª Sessão Ordinária do 1º Período Legislativo, realizada nesta
quarta-feira 19. O vereador Gabriel César (PL) denunciou a situação precária
das unidades básicas de saúde (UBSs) e da Unidade de Pronto Atendimento (UPA),
destacando a falta de insumos, equipamentos quebrados e o atraso no pagamento
dos salários de médicos e funcionários terceirizados.
“Recebi, recentemente, uma denúncia de um cidadão
que levou seu filho para tomar vacina em frente à UBS da UPA de Nova Esperança.
Chegando lá, foi informado que não estavam aplicando as vacinas porque o
freezer estava quebrado”, relatou.
Segundo ele, o pai ainda tentou buscar atendimento
em outras unidades, mas enfrentou novos obstáculos. “Ele foi até a UBS do Caic
e lá disseram que não estavam vacinando porque a equipe saiu para um
treinamento e nem avisaram à comunidade. O cidadão procurou outra UBS e não
conseguiu vacinar o filho”, completou.
Gabriel também expôs problemas graves na UPA de Nova
Esperança, onde médicos estão há quatro meses sem receber salários. “Os médicos
que prestam serviço por meio da cooperativa estão com salários em atraso desde
setembro de 2024. Estão devendo outubro, novembro, dezembro e janeiro. Há
relatos de que a prefeitura quer pagar apenas um mês. Isso é inadmissível”,
afirmou. Ele alertou sobre o risco de paralisação dos profissionais. “Se esses
médicos paralisarem, o que vai acontecer? Só temos uma UPA em Parnamirim”.
Além dos atrasos salariais, o vereador denunciou a
falta de materiais básicos nas UBSs. “Na UBS de Passagem de Areia, está
faltando papel higiênico, copos descartáveis, produtos de limpeza, receituários
e até papel ofício para imprimir exames e receitas. É um descaso total”,
afirmou. Ele mencionou que os próprios médicos da UPA chegaram a se juntar para
comprar papel ofício, para não interromper os atendimentos. “Isso aconteceu num
sábado à noite, por volta das 22h. Os médicos se juntaram para comprar papel e
garantir que o atendimento continuasse”.
A vereadora Rárika Bastos (Republicanos) confirmou
as denúncias e trouxe mais informações sobre os problemas enfrentados pelas
UBSs. “Estive na UBS Marcondes, em frente à UPA de Nova Esperança, e lá me
informaram que o freezer para armazenar vacinas estava quebrado. A direção já
havia solicitado a substituição, mas nada foi feito. Também confirmaram a falta
de insumos básicos para curativos e exames ginecológicos por falta de luvas no
tamanho adequado”, disse a vereadora.
Rárika sugeriu uma visita da Comissão de Saúde às
unidades para verificar de perto os problemas. “É importante que a comissão vá
até as UBSs e veja o que está acontecendo. Precisamos de um mapeamento para que
esses problemas não se repitam”.
Outro ponto levantado por Gabriel César foi o atraso
no pagamento dos funcionários terceirizados da empresa Solaris, responsável por
serviços em diversas áreas do município. “Os terceirizados estão com os
salários atrasados desde janeiro. Hoje mesmo, eles estavam em frente ao
escritório da empresa, em Cajupiranga, protestando. Muitos deles dependem desse
dinheiro para pagar aluguel, comprar alimentos e remédios. São 17 dias de
atraso e nenhuma resposta”, denunciou.
O vereador Tiago Fernandes (PP) também abordou a
situação crítica da saúde pública. Ele destacou denúncias de assédio moral nas
unidades de saúde e problemas estruturais na UPA. “Recebemos relatos de assédio
moral contra profissionais nas unidades de saúde. Também sabemos que o painel
da UPA está quebrado há muito tempo, sem conserto, e faltam insumos básicos
para o atendimento. É preciso investigar essas denúncias e buscar soluções”,
afirmou.
Tiago propôs a criação de uma Frente Parlamentar de
Defesa do Servidor Público para fiscalizar essas denúncias de assédio moral e
outras irregularidades. “Vamos acompanhar de perto essas situações e cobrar
providências. Os profissionais de saúde estão sobrecarregados e sem o mínimo de
estrutura para trabalhar”.
Em meio às denúncias, a vereadora Rafaela de Nilda
(SDD) informou que os insumos básicos, como papel ofício e materiais de
limpeza, haviam chegado às unidades. “Conversei com a responsável e ela me
confirmou que o material foi entregue”, disse. No entanto, Gabriel César
rebateu, afirmando que o problema persiste em várias UBSs.
Funcionários terceirizados de Parnamirim protestam
por salários
Funcionários terceirizados da empresa Solaris
realizaram um protesto em frente ao escritório da empresa, em Cajupiranga,
cobrando o pagamento dos salários atrasados há 17 dias. Os trabalhadores,
muitos deles recebendo apenas um salário-mínimo, relataram dificuldades para
pagar contas básicas e se manterem durante o período sem pagamento.
O vereador Gabriel César levou a situação para a
Câmara Municipal durante a sessão desta quinta-feira (20). “Estamos falando de
pais e mães de família que dependem desse pagamento. Hoje é dia 19 de fevereiro
e ainda não receberam seus salários referentes ao mês de janeiro”, denunciou.
Ele destacou que muitos trabalhadores estão
recorrendo a compras fiadas em mercadinhos locais, mas que agora já enfrentam
resistência dos comerciantes devido ao atraso nos pagamentos. “O proprietário
do mercadinho não está mais liberando fiado. Como é que essas famílias vão
pagar? São 17 dias esperando”, questionou.
Agora RN
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