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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Ex-funcionários da Toyolex são presos por desviar R$ 20 milhões em veículos

 


A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) prendeu dois ex-funcionários de uma concessionária de veículos de Manaus, a Toyolex, suspeitos de integrar um esquema que desviou 34 carros, causando um prejuízo superior a R$ 20 milhões. A ação faz parte da ‘Operação Proditores’, deflagrada pela Delegacia Especializada em Roubos e Furtos de Veículos (DERFV), na segunda-feira (24/02), resultando na recuperação de 16 automóveis.

O delegado Rodrigo Barreto, titular da DERFV, deu detalhes sobre a operação em entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira (26/02), Segundo ele, o grupo estava infiltrado na concessionária Auto Parvi e era formado por pelo menos seis funcionários do setor de seminovos, que já foram demitidos. Eles teriam forjado documentos para ocultar o desvio dos automóveis.

“A empresa nada tem a ver com a quadrilha, na verdade foram vítimas. Tudo começou em julho do ano passado. Esse grupo, que ficava responsável pela parte de seminovos, forjava mensalmente o inventário dizendo que os carros estavam no pátio da empresa. Já em dezembro do ano do passado, a empresa resolveu fazer uma auditoria surpresa, e descobriu a falta de 10 carros. Questionados, todos esses funcionários alegaram não saber o paradeiro dos veículos.  

A empresa entendeu que eles haviam sido subtraídos do pátio e foram registrados inicialmente 10 boletins de ocorrência”, explicou o delegado.Barreto disse que, em janeiro deste ano, a empresa denunciou que mais 24 carros haviam sumido. “Durante as investigações, descobrimos que alguns veículos já haviam sido trocados de proprietários, a partir daí começamos a suspeitar da participação de alguns funcionários. Chamamos todos eles para serem ouvidos na delegacia e então entendemos como funcionava o esquema criminoso", contou o delegado.

Ex-gerente liderava o esquemaUm dos gerentes da loja, identificado como Murilo, é apontado como o líder do grupo e está preso preventivamente. “Ele movimentou mais de R$ 2 milhões em seis meses, sendo que ele ganhava apenas R$ 7 mil da empresa. Esse suspeito ainda chegou a gravar áudios se justificando, dizendo que estava consciente da conduta dele, como se isso diminuísse a gravidade do crime”, revelou o delegado.

Modus Operandi

Segundo o titular da DERFV, o esquema funcionava da seguinte forma: os funcionários fraudavam a entrada e saída dos veículos e os repassavam para Ivan, outro ex-gerente da Auto Parvi, que revendia os carros para terceiros.

"Esse Ivan também trabalhou na Auto Parvi e abriu a própria loja para revender carros furtados. Então ninguém comprou os veículos diretamente com a concessionária", explicou a autoridade policial.Ivan está foragido e sendo procurado pela polícia. 

“O advogado dele entrou em contato conosco e disse que ele está apresentando resistência em se apresentar. Então, agora ele é considerado foragido da Justiça. Sugerimos que ele se entregue o quanto antes, para evitar maiores transtornos judicialmente. Outro membro a ser preso é o Gaio, com prisão temporária”, disse o delegado.

Além dos carros, Ivan também fraudava documentos para conseguir financiamentos em nome de terceiros. A polícia já registrou mais de 60 boletins de ocorrência de pessoas que compraram os veículos furtados e investiga o paradeiro do dinheiro desviado. O delegado afirmou que essas fraudes estão sendo investigadas separadamente."Conseguimos bloquear várias contas bancárias e quebrar sigilos telefônicos e fiscais. Tudo está sendo analisado", afirmou Barreto.

Blog do Gustavo Negreiros

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